domingo, 23 de maio de 2010

JESUS CURA MULHER COM HEMORRAGIA - Richard Simonetti



Então, uma mulher, que há doze anos sofria de uma hemorragia; que sofrera muito nas mãos dos médicos e que, tendo gasto todos os seus haveres, nenhum alívio conseguira, quando ouviu falar de Jesus, veio com a multidão atrás dele e lhe tocou as vestes, porquanto, dizia: "Se eu conseguir ao menos lhe tocar nas vestes, ficarei curada". No mesmo instante o fluxo sangüíneo lhe cessou e ela sentiu em seu corpo que estava curada daquela enfermidade. Logo, Jesus, conhecendo em si mesmo a virtude que dele saíra, se voltou no meio da multidão e disse: "Quem me tocou as vestes?" seus discípulos lhe disseram: "Vês que a multidão te aperta de todos os lados e perguntas quem te tocou?" Ele olhava em torno de si à procura daquela que o tocara. A mulher, que sabia o que se passara em si, tomada de medo e pavor, veio lançar-se-lhe os pés e lhe declarou toda a verdade. Disse-lhe Jesus: "Minha filha, tua fé te salvou; vai em paz e fica curada da tua enfermidade." (Marcos, cap. V, vv. 25 a 34)

Estas palavras: "conhecendo em si mesmo a virtude que dele saíra", são significativas. Exprimem o movimento fluídico que se operara de Jesus para a doente; ambos experimentaram a ação que acabara de produzir-se. É de notar-se que o efeito não foi provocado por nenhum ato da verdade de Jesus; não houve magnetização, nem imposição das mãos. Bastou a irradiação fluídica normal para realizar a cura.

Mas, por que essa irradiação se dirigiu para aquela mulher e não para outras pessoas, uma vez que Jesus não pensava nela e tinha a cercá-lo a multidão?

É bem simples a razão. Considerado como matéria terapêutica, o fluido tem que atingir a matéria orgânica, a fim de repará-la; pode então ser dirigido sobre o mal pela vontade do curador, ou atraído pelo desejo ardente, pela confiança, numa palavra: pela fé do doente. Com relação à corrente fluidica, o primeiro age como uma bomba calcante e o segundo como uma bomba aspirante. Algumas vezes, é necessária a simultaneidade das duas ações; doutras, basta uma só. O segundo caso foi o que ocorreu na circunstância de que tratamos.

Razão, pois, tinha Jesus para dizer: "Tua fé te salvou". Compreende-se que a fé a que ele se referia não é uma virtude mística, qual a entendem muitas pessoas, mas uma verdadeira força atrativa, de sorte que aquele que não a possui opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou, pelo menos, uma força de inércia, que paralisa a ação. Assim sendo, também se compreende que, apresentando-se ao curador dois doentes da mesma enfermidade, possa um ser curado e outro não. É este um dos mais importantes princípios da mediunidade curadora e que explica certas anomalias aparentes, apontando-lhes uma causa muito natural.

A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã.

O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada (transmitida); mas, depende também da energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou Espírito. Os fluidos que emanam de uma fonte impura são quais substâncias medicamentosas alteradas.

Os efeitos fluidicos são variados. Algumas vezes é lenta e reclama tratamento prolongado; doutras vezes é rápida, como corrente elétrica. (A Gênese, Allan Kardec, cap. XIV, item 10 e 11)

Jesus não comparece às câmaras de passes, nos Centros Espíritas, onde buscamos cura para nossa enfermidade e lenitivo para nossas dores.

Faz-se representar por mentores espirituais que se utilizam de servidores de boa-vontade- os passistas.

À semelhança da mulher com hemorragia, não é preciso expor mágoas e desejos, nem enunciar problemas e enfermidades . . .

Basta ter fé, a certeza plena de que seremos agraciados.

Imaginemo-nos a estender as mãos para Jesus, como fez a mulher . . .

Haveremos de sentir o poder que flui dos passistas, emanado da espiritualidade, fazendo cessar o fluxo de nossas dores!

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