sábado, 29 de maio de 2010

JESUS FALA DA CASTIDADE


Disse Jesus:

- Há eunucos, que nasceram assim; outros foram feitos eunucos pelos homens; e outros há que se fizeram eunucos por causa do Reino dos Céus . . . (Mateus, 19:10-12).

Eunuco, é o indivíduo impotente, cujas glândulas sexuais estão atrofiadas ou foram extraídas.

Jesus reporta-se a três tipos de eunuquismo:


· Os que nasceram assim.
Em virtude de deficiência fisiológica congênita, estão impedidos de uma vida sexual normal.
Certamente, guardam embaraçosa dúvida:
- Por quê?
Outra, decididamente perturbadora:
- Por que comigo?
Se aceitamos a existência de Deus e concebemos que é absolutamente justo, será impossível responder a essas indagações sem admitir a reencarnação.
O eunuco congênito está em resgate cármico. Paga por deslizes de pretéritas existências.
O libertino, empolgado com aventuras nos domínios do sexo, que elegeu a irresponsabilidade por padrão de conduta, candidata-se a renascer com problemas dessa natureza.
A impossibilidade de dar razão aos seus impulsos o ajudará a refrear suas tendências, ao mesmo tempo que o situará em conflito íntimo, quais tormentas reparadoras em seu Espírito.

· Os eunucos feitos pelos homens.
No passado, potentados orientais tinham em seus palácios uma dependência especial, o harém, onde desfrutavam de mulheres selecionadas dentre as mais belas.
Para protegê-las e ao mesmo tempo evitar que fugissem, eram montados fortes esquemas de segurança.
Mas, como impedir que os próprios guardas molestassem ou seduzissem as mulheres?
Solução simples: eram castrados, tornando-se impotentes.
Nesse segundo grupo podemos situar outro tipo de eunuco, envolvendo as ordens religiosas que impõem a castidade.
É o que situaríamos por “castração moral”, também geradora de conflitos, porquanto o indivíduo pode ter aptidão para a vida religiosa, sem vocação para a castidade e o celibato.
Freqüentemente gera problemas. Ex: pedofilia.
Passada a fase heróica, de empenho por seguir tão rígida imposição, quando cessa a luta íntima por forçar um comportamento para a qual não está preparado, o religioso poderá:
Cair na hipocrisia, simulando castidade.
Desistir de seus votos e ir cuidar da vida.
Celibato e castidade não encontram respaldo nas tradições cristãs. Discípulos de Jesus, que pontificaram no movimento inicial, eram casados, tinham vida sexual, cuidavam da prole, a começar pelo próprio Simão Pedro, que a ortodoxia religiosa situa como o primeiro papa.
Na primitiva igreja, sacerdotes, bispos e diáconos, bem como os demais membros engajados na sustentação do serviço, constituíam família, sem nenhum inconveniente.
Ao contrário, era até desejável, colocando-os a salvo das tentações.
Outra vantagem: o relacionamento conjugal lhes dava a experiência necessária para cuidar de problemas familiares dos fiéis.

· Os que se fizeram eunucos por causa do Reino dos Céus.
Espíritos superiores, participando de sagradas tarefas no Bem, fazem-se castos para produzir mais e melhor.
Na energia sexual manifesta-se o impulso criador, estimulado pela procura de prazer que, segundo Freud, é o móvel de nossas ações.
O homem comum realiza-se, canalizando-a para os domínios das sensações, no arrebatamento da comunhão física que gera filhos.
O homem superior realiza-se canalizando a energia sexual para gloriosas realizações nos domínios da arte, da ciência, da religião, da filosofia . . .
Temos em Francisco Cândido Xavier um exemplo típico. Lembro-me de que, certa feita, numa entrevista, revelou que jamais experimentou um orgasmo. Mas, certamente, terá experimentado incontáveis êxtases, o prazer do Espírito superior que sublimou o impulso criador.
Liberando-se das imposições do sexo carnal, fez-se agente do Céu a fecundar a Humanidade para as realizações supremas da Virtude e do Bem.
Imaginemos Jesus . . .

De: Richard Simonetti

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