quinta-feira, 21 de novembro de 2019

QUEM SOMOS NÓS?



Quem somos nós? A doutrina nos mostrou que SOMOS ESPÍRITOS e, se SOMOS ESPÍRITOS basta olhar para o desenho do post para observarmos que não temos raça, forma, sexo, nacionalidade, posição social, etc. Como está escrito no O Livro dos Espíritos, questão 88, a aparência do Espírito é de uma chama, um clarão ou uma centelha etérea. O sexo poderá ser escolhido por nós (prova), caso tenhamos condições para isto. Mas se não tivermos condições, os amigos espirituais escolherão (expiação) o tipo de corpo que habitaremos, se é masculino ou feminino ou se virá com algum defeito físico, doença, dentre outros. Nós (ESPÍRITOS) apenas utilizamos os corpos perispiritual e carnal quando estamos encarnados e o perispiritual quando estamos encarnados e desencarnados. Os espíritos de grande evolução que não necessitam mais encarnar não precisam mais do perispírito. Mas, um Espírito puro pode escolher encarnar (mesmo sem precisar) para ajudar na evolução de um povo ou de um planeta, como foi o caso de Jesus. Neste caso, ele utilizará um perispírito novamente, no tempo que estiver encarnado e poderão também utilizar o perispírito para serem reconhecidos onde fizerem aparições.
O casal que será nossos pais fará um corpo de carne que terá a aparência segundo os genes deles e, lógico, segundo a necessidade de aprendizado do espírito que irá habitar aquele corpo: cor da pele, dos olhos, altura e outros.
Quando encarnamos é como se entrássemos num palco para interpretar um papel. E quando desencarnamos é como se a cortina fechasse e a interpretação terminou. Daí, retornamos ao plano espiritual de onde viemos, para nos preparar para um novo retorno e uma nova interpretação. E nesta nova interpretação poderemos trocar de raça, posição social, nacionalidade, sexo, família, etc. Então, podemos dizer que, nesta atual encarnação uma mulher não É mulher, ela ESTÁ mulher. Um homem não É um homem, ele ESTÁ homem. Um negro não é negro, ele ESTÁ negro, ETC.
A pessoa da raça branca, por exemplo, que se acha superior a qualquer outra raça poderá retornar na raça que ele discrimina ou tem preconceito. O homem que se acha superior à mulher e a humilha, maltrata, abusa, violenta, poderá encarnar num corpo feminino para sentir na pele o que fez a mulher passar. Vemos em algumas obras espíritas relatos de feitores de escravos que retornaram escravos. Os que querem dividir o Brasil para se separar dos irmãos nordestinos poderão retornar em algum Estado ou cidade do Nordeste. Os homens que se acham ofendidos ao ver um homossexual precisam entender que, podemos encarnar várias vezes num mesmo sexo, por exemplo, num corpo feminino. Daí, quando encarnamos num corpo masculino, trazemos na lembrança espiritual as sensações, os desejos, os costumes de quando usávamos um corpo feminino. E assim acontece o contrário também. Podemos encarnar várias vezes num corpo masculino e quando trocamos de corpo numa nova encarnação, guardamos a lembrança de quando éramos um homem. Por isso vemos mulheres masculinizadas e homens afeminados. Quando aprendemos isso, vemos que todo racismo, preconceito e discriminação são bobagens.
Nisto tudo, o mais importante é aprendermos a administrar o que Deus nos empresta porque um dia prestaremos contas do bom ou mau uso que fizemos deles.
Pensemos nisso!


Texto de Rudymara




AMOR E PAIXÃO



PAIXÃO: A paixão situa-se nos domínios do instinto, busca apenas a auto-afirmação, o prazer a qualquer preço, sem preocupações além da hora presente.
Apoiando-se no desejo de comunhão sexual, a paixão é fogo arrebatador, que obscurece a razão e leva ao desatino, deixando, depois, apenas cinzas, como aconteceu com o Edifício Joelma.
O apaixonado ama como quem aprecia um doce.
Deleita-se! É saboroso! Satisfaz o paladar!
Por isso logo deixa de amar, atendendo a várias razões:
•Saciou-se.
•Enjoou.
•Deseja novos sabores.
AMOR: O amor situa-se nos domínios do sentimento verdadeiro.
Sustenta-se numa regra básica: pensar no bem-estar do ser amado, com a consciência de que nossa felicidade está diretamente subordinada a ver a felicidade do outro (mesmo que seja com outra pessoa).
As uniões felizes, os casamentos que se estendem além da morte, ensejando reencontros felizes na Espiritualidade, são aqueles em que os cônjuges revelam maturidade suficiente para mudar de pessoa na conjugação do verbo de suas ações.
Da primeira do singular –EU, para a terceira – ELE, trocando cuidados recíprocos, a se exprimirem em carinho e solicitude.


Richard Simonetti

MENSAGEM DE BEZERRA DE MENEZES DO DIA 10/NOV/2019



Filhas e filhos bem-amados! Que a paz de nosso Senhor Jesus Cristo permaneça em nossos corações!
Anoitece!…
Os dias gloriosos da ciência e da tecnologia de ponta estão sombreados pelas inquietações do sentimento humano que parece desvairar em toda parte. O inconformismo, o desespero e o sofrimento assinalam a geração presente como a consequência do mau uso do livre-arbítrio nos dias do passado.
Todos anelávamos que estas fossem as horas da paz, amparados pelo conhecimento libertador da ignorância que a muitos tem proporcionado conforto e bem-estar; raramente, equilíbrio e paz. A Barca Terrestre experimenta as ondas terríveis do mar agitado pelos conceitos da loucura e da desarmonia.
No entanto, Cristo vela e conduz, na condição de Nauta Divino, a embarcação ao porto de segurança. Provavelmente, algumas dores se farão volumosas e terrificantes. Sucede, porém, que as almas rebeldes somente aquiescem diante de sofrimentos que as submetem à diretriz da fraternidade e do amor.
O Espiritismo veio no momento próprio quando a filosofia desvairava em várias denominações no século das luzes. E hoje, novamente, a mensagem de redenção da Humanidade alcança as criaturas humanas com a filosofia do bem, como sendo a única que é capaz de proporcionar plenitude e esperanças quase não mais aguardadas.
Não desanimeis, não permitais que o mau humor e as injunções penosas que vos rodeiam os passos e tentam penetrar no vosso lar logrem o êxito que a invigilância, não raro, faculta. Tende tento e mantende-vos em equilíbrio interior quanto seja possível.
Este é o grande momento em que as Escrituras desde há muito prenunciam como da mudança que se vem operando e atingem a sua culminância.
Nas experiências vividas nestes dias, no encontro do Conselho Federativo Nacional, conseguimos pacificar os corações e apoiar as ideias iluminativas no clima do Cristianismo Primitivo.
Não podemos viver a Doutrina Espírita sem a ética moral do Evangelho de Jesus. A Humanidade tem sede de exemplos e está cansada de palavras.
Sois as cartas vivas do Evangelho e perseverai no objetivo sagrado de confortar os que choram, mas não apenas consolá-los, senão apontardes os caminhos pelos quais encontrarão a felicidade anelada.
São graves os testemunhos que todos nós, Espíritos desencarnados e encarnados em perfeita comunhão, deveremos oferecer, quais lograram os mártires das primeiras horas da fé cristã. Nesse passado que já vai distante, as perseguições vinham de fora para dentro. Agora, as angústias e as dores são do íntimo para fora, em razão das terríveis perturbações provocadas pelos inimigos da luz que se travestem de missionários de uma Nova Era. Sim, a Era Nova irá caracterizar a grandeza do amor na operosidade da caridade junto a Humanidade terrestre.
O Brasil prossegue convidado a desempenhar a missão que foi confiada a Ismael pelo Divino Mestre. E neste momento, turbado pelas paixões e pelos interesses vis, torna-se indispensável a serenidade da fé para que sejam enfrentados os terríveis vírus da crueldade, do materialismo e da indiferença pelo amor às forças vivas da Natureza culminando na criatura humana.
Vós perguntais por que estamos em um momento tão difícil de violência e deveremos agir como mansos e pacíficos se tudo nos chama a definições drásticas da violência que cada dia é mais perversa?!
O exemplo é Jesus, o Cordeiro de Deus imolado numa cruz de vergonha que Ele transformou em asas para a sublimação de todos os espíritos.
Não tergiverseis nem permiti-vos enfraquecer na luta. É o fogo que purifica os metais, que dá resistência à argila e que modifica as paisagens.
É a dor a mensageira que Deus oferece àqueles aos quais ama de tal forma que, assinalados pelo ferrete do sofrimento, não tem outra alternativa senão a marcha na direção do calvário sublimador.
Poderia parecer que se trata de uma proposta masoquista em que a dor é preferencial. Não se trata desta questão patológica. A Terra ainda é o planeta de provas e expiações e todos nela nos encontramos à busca do depuramento da inferioridade que teima em permanecer como herança perigosa das fases que já deveriam estar ultrapassadas, e não foi conseguida essa vitória. Mas, logo depois da noite tenebrosa suavemente a madrugada irisa com as estrelas da alegria em um amanhecer de bênçãos e confortos para a vida gloriosa da imortalidade!
Filhas e filhos do coração! Não fostes vós que vos candidatastes, foi o Senhor da Vida que fez um giro ao entardecer e convidou-vos à última hora para a Seara de Redenção. Alegrai-vos porque o vosso será o mesmo salário dos heróis da hora primeira e exultai porque já vos encontrais ao lado do Dono da Vinha que logo mais estará convocando-vos para a prestação de contas e ireis apresentar o glorioso resultado da vitória da luz contra a treva.
Estais sob cuidados especiais. Não só de Ismael, mas de toda a equipe que zela pelo planeta neste momento decisivo, um dos mais graves da história da Terra: o grande salto para a Era da Felicidade.
Em nome dos Espíritos-espíritas, que estão convosco inaugurando o período da compreensão das diferenças, da compaixão pelos adversários, do entendimento dos opositores, com a disposição de abraçá-los a todos para apresentar-lhes ao Mestre, condutor do rebanho no qual vos encontrais, rejubilamo-nos e exaltamos Aquele que permanece o caminho na busca da verdade e da vida que é Jesus.
Muita paz, filhas e filhos do coração! É o que vos deseja o amigo paternal e humílimo de sempre,
Bezerra.
Muita paz!

* (Mensagem psicofônica ditada pelo Espírito Bezerra de Menezes ao médium Divaldo Pereira Franco em 10 de novembro de 2019, no encerramento da reunião ordinária do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira realizada em Brasília, DF). Mensagem revisada pelo autor espiritual.
Fonte: Federação Espírita Brasileira





UMBANDA, QUIMBANDA OU CANDOMBLÉ NÃO SÃO ESPIRITISMO



Há uma confusão generalizada no que diz respeito à essência do Espiritismo, que é muitas vezes confundido com seitas ou religiões espiritualistas, como a Umbanda, a Quimbanda e o Candomblé.
Há um grande número de religiões que são alicerçadas no Espiritismo. Porém, o Espiritismo é diferente delas.
Considerando-se que todo espiritualista é aquele que acredita que existe algo além da matéria, podemos concluir que todo espírita é espiritualista, mas nem todo espiritualista é espírita.
O Espiritismo deve ser entendido como a Doutrina surgida na França, e codificada por Allan Kardec. Codificada e não fundada, pois os ensinamentos foram trazidos pelos Espíritos e organizados por Kardec, nos 5 livros da codificação espírita: “O Livro dos Espíritos”, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, “O Livro dos Médiuns”, “A Gênesis”, “O Céu e o Inferno”.
O Espiritismo não tem dogmas, não tem rituais, não adota em suas reuniões e em suas práticas qualquer tipo de paramentos ou vestes especiais, cálice com vinho ou bebidas alcoólica, incenso, mirra, fumo, altares com imagens, andores, velas, procissões, trabalhos espirituais, talismãs, amuletos, sacrifício animal, santinhos, administração de indulgências, confecção de horóscopos, exercício da cartomancia, quiromancia, astrologia, numerologia, pagamento de promessas, despachos, riscos de cruzes e pontos, não tem curas espirituais com cortes, fórmulas mágicas para resolver problemas sentimentais, financeiros, etc. Os princípios da Doutrina Espírita são: A pluralidade das existências, a preexistência do espírito antes do nascimento e a continuação da vida após a morte, a intercomunicação entre encarnados e desencarnados, recompensas e penas, não como premiação e castigo divino, mas conseqüência natural dos atos praticados (Lei de Causa e Efeito).

(Artigo escrito por Altamirando Carneiro no jornal “O Espírita”)
Observação: Umbanda, Quimbanda e Candomblé não são derivações do Espiritismo, consequentemente, seus adeptos não são espíritas, são espiritualistas.

DIA DA CONSCIÊNCIA CRISTÃ


Perguntemos: Qual a finalidade da vinda do Cristo a Terra?Será que Ele veio para criarmos igrejas, casas e templos religiosos? Para fazermos pedidos a Ele? Para fazermos festa na data de Seu nascimento e lamentarmos Sua morte na páscoa? Claro que não. Ele veio nos ensinar a amar sem distinção. Então, como podemos encontrar pessoas que se dizem “cristãs” achando que são melhores que seu próximo porque sua pele é de cor diferente da dela? Deus nos distingue pelos valores morais e não pela raça, pela religião ou outra coisa qualquer. Quando discriminamos alguém estamos dizendo de maneira indireta que Deus errou ao criar raças diferentes. Hoje, preconceito recebeu um nome diferente pela ciência médica: BULLYING, mas a crueldade é a mesma. Quem disse que aquele que é diferente de nós não é legal e não é digno de respeito? Muitos pedem um mundo melhor, mas o mundo melhor se faz com pessoas com atitudes melhores. A doutrina chegou para mostrar que não somos BRANCOS ou NEGROS, somos ESPÍRITOS. E que, a cada encarnação, trocamos de corpo físico. Se nesta vestimos um corpo da raça branca, na próxima poderemos vestir um corpo da raça negra e vice versa. A lei divina nos coloca no lugar do outro para sentirmos na pele o preconceito, a discriminação, a humilhação que, talvez, tenhamos causado a alguém numa encarnação anterior. Hoje, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, devemos colocar a nossa CONSCIÊNCIA para analisar nossa religiosidade, nossos valores, nossa ética e nossa moral. Quem tem consciência não discrimina, não tem preconceito, não maltrata, não humilha, não desvaloriza o próximo, não faz ao outro o que não quer que o outro lhe faça. Agindo assim, todo dia será DIA DE CONSCIÊNCIA CRISTÃ ou de CRISTÃOS CONSCIENTES. Pensemos de maneira CRISTÃ, cristãos.


Texto de Rudymara

DIVALDO VISITA AMIGO DESENCARNADO NO PLANO ESPIRITUAL




DIVALDO  CONTA:

 "Numa certa data, desencarnou um amigo muito querido, que nos deixou contristado. A família ficou desolada. Algum tempo depois, Joanna de Ângelis me apareceu e orientou-me:
-          Hoje deite-se mais cedo, pois preciso conduzi-lo ao recinto onde se acolhe o nosso irmão recém-desencarnado, que irá despertar na Estância nova.
Normalmente, deito-me muito tarde mas, naquela ocasião, recolhi-me ao leito à hora recomendada. Fiz o relax, a Benfeitora me desdobrou e, de repente, me senti no Mundo Espiritual.
Joanna de Ângelis, muito atenciosa, falou-me:
-          Vou recomendar-lhe algo importantíssimo; por favor, faça silêncio!
Pensei: mas não é possível que ela acredite que eu me apresentarei extrovertido, barulhento!
Contestei-lhe, algo surpreso:
-          Minha irmã, desculpe-me, porém acho essa recomendação desnecessária, em razão da minha conduta habitual!
Ela sorriu, discreta, e insistiu:
-          Por favor, faça silêncio quando chegar lá, está bem?
-          Sim senhora! - anuí, constrangido.
Subitamente - não sei explicar como ocorreu o fenômeno - senti-me em uma região, na qual havia o que chamaríamos de um "edifício", mas não de tijolo, de vidro, de metais . . . Como explicarei a um cego sobre a diferença de cores? Tenho que usar imagens conhecidas que, para ele, serão poucas.
Era, portanto, um "edifício" hexagonal. Dava-me a impressão de ser de cristal. Tudo era transparente. Entramos. O corredor me permitia ver várias enfermarias e, lá dentro, alguns recém-chegados da Terra, internados, recebendo assistência especializada.
Adentramo-nos e seguimos andando, quando, adiante, vi meu amigo no colo de uma dama que supus ser sua mãezinha, uma senhora de idade, que eu não conhecera, mas que, de imediato assim identifiquei. Ela o amparava no colo, acarinhava-lhe a cabeça. Ele dormia. Quando o vi, gritei mentalmente: Jorge! Ele estremeceu. Ato contínuo, Joanna me advertiu:
-          Pedi-lhe silêncio . . . mental!
É muito difícil ver algo desse porte sem emocionar-se; ser uma testemunha imparcial. Quem é capaz de ver um crime, imparcialmente? Ver alguém maltratando uma criança, ou um animal, até matá-lo, e - como observador - não se envolver? É muito difícil a disciplina mental . . . O oposto também é verdade: identificar a beleza, a misericórdia, o amor, sem se manifestar!
Naquele momento controlei-me, mas ele se agitou. A mãe, acariciando-o, disse-lhe:
-          Acorde, Jorge! Está na hora, meu filho!
Ele, sonolento, foi abrindo os olhos. Olhou para ela e gritou:
-          Mamãe!
-          Meu filho!
Abraçaram-se.
-          Onde estou, mamãe?
-          Está em paz! Está em casa, meu filho.
-          E Ângela? (a esposa).
-          Ângela ficou na Terra.
-          Mas onde estou?
-          Está internado para tratamento do coração. As dores que ainda lhe afligem vão passar.
-          Mas, mamãe, você já . . . morreu!
-          Já, sim, meu filho, mas você também! Só que não existe a morte. Estamos vivos, meu filho.
Ele teve uma expressão de grande júbilo, e, chorando, olhou em derredor, identificando-me.
Muito emocionado, perguntou-me:
-          Divaldo, você também já morreu?
-          Ainda não! - respondi-lhe -, estou visitando-o.
Após alguns minutos de vivas emoções, Joanna de Ângelis convidou-me ao retorno ao corpo.
Ele voltou a adormecer.
Terminada a tarefa, a bondosa Amiga esclareceu:
-          Agora, vamos. Daqui a meia hora, mais ou menos, ele voltará a despertar, como qualquer pessoa depois de uma anestesia.
Retornei ao corpo. Às 8h da manhã, telefonei para a família e informei que o amigo Jorge já houvera despertado e que se encontrava muito bem.
Daí a uma semana voltei a visitá-lo mantendo um contato mais demorado. Ainda se encontrava com dores, porque o perispírito, que é o campo de energia semimaterial, que decodifica a emoção e a sensação do Espírito para o corpo e vice-versa, ainda estava impregnado pelos fluidos mantidos durante a jornada terrestre.
Chico Xavier contou-me, oportunamente que seu irmão José - que morreu de um derrame cerebral - dois anos depois do óbito, ainda guardava resquícios do problema orgânico que o levara à desencarnação que eram as dores de cabeça.
E, no entanto, fora um homem bom, severo cumpridor dos seus deveres, dedicado trabalhador espírita.
Desencarnar não é fácil. Morrer, sim: ocorre a parada cardíaca e sobrevém a morte, mas a criatura não se liberta dos sintomas do corpo com facilidade, porque ficam as impressões que decorrem do fenômeno da morte física. (Maiores detalhes ler o livro "Temas da vida e da morte", de Manoel P. de Miranda, pág. 77 e 78).
José, segundo o Chico, somente se recuperou totalmente no dia 26 de julho, quando recebeu a visita de uma Entidade veneranda: São Luís Gonzaga.
Naquele dia, que é o de seu aniversário, periodicamente esse nobre Espírito vem em visita à Terra.
José foi levado à presença de São Luís, que o tocou e lhe tirou as últimas impressões materiais. 
Disse-me, então, o querido Chico:
-          Divaldo, trabalhe muito na Terra, porque com seu problema cardíaco, se não trabalhar muito - mesmo com dores -, quando você seguir no rumo da Imortalidade, poderá continuar com as dores . . .
Conversei muitas vezes com o amigo Jorge, ali havendo retornado em diversões ocasiões. Em uma delas, fui acompanhado pelo Espírito Manuel Philomeno de Miranda, que me elucidou:
-          Tudo aquilo que impregnamos no corpo, demoramos para desintoxicar no Mundo Espiritual.
Quem fuma, por exemplo, mesmo esse denominado "cigarrinho inocente" de alcatrão e outros conservantes químicos do tabaco, poderá sofrer de câncer na boca, na língua, no pulmão ou enfisema. O tempo que se demorou fumando, ao desencarnar fumante, permanecerá no Além sentindo a sua falta por um tempo correspondente.
Quem fumou, por exemplo, durante vinte anos, ficará no Além sofrendo a falta da dependência do tabaco por um período correspondente. Quem se entregou à bebida alcoólica ou se permitiu drogas aditivas e perturbadoras, permanecerá, no Além, uma temporada correspondente a esse período a que se entregou na viciação com a mesma problemática de sofrimento. O físico é o mundo de pregnância, quando ficamos impregnados. No Mundo Espiritual, por consequência, ninguém se desimpregna de um momento para outro.
José, para libertar-se da dor, permaneceu por anos, razão pela qual, nas nossas reuniões mediúnicas, os Espíritos se apresentam conforme desencarnaram para, ao se incorporarem nos médiuns, deixarem-lhes os resíduos, e desvinculando-se sem as sensações, que são liberadas, quando são doutrinados. Os médiuns funcionam, desse modo, como se fossem esponjas, eliminando essas sensações e o mal-estar pela sudorese, pelo bocejo, pelos passes ou pelos Mentores, que no final da reunião desencharcam seus sensitivos (médiuns).
O Mundo Espiritual é uma realidade causal, é a nossa fonte original. Somos a continuação das ações de onde viemos, e voltaremos com os recursos resultantes de como agirmos.



Do livro: Divaldo Franco e o Jovem