quarta-feira, 2 de março de 2022

ONDE ESTÁ DEUS NUMA TRAGÉDIA?


 Numa guerra ou qualquer tragédia de dor e sofrimento, muitos questionam: “onde está Deus?”

Eu respondo que:

-   Deus estava ausente na “atitude das pessoas”.

Deus nos mandou as regras do bem viver através de Jesus, mas nós vivemos como se tudo isso fosse besteira e ultrapassado. Buscamos Deus nos cultos nos dias e horas certas dentro das casas religiosas, mas fora dela, não fazemos a sua vontade. Deus nunca está ausente, nós que nos afastamos dele quando não colocamos em prática seus ensinamentos. Os espíritos disseram na questão 741 que, “muitos flagelos resultam da imprevidência do homem”. Ninguém nasce para matar, assaltar ou delinquir, nascemos para evoluir. Apenas fazemos mau uso do livre arbítrio, daí sofremos as consequências. Muitos de nós somos imprevidentes porque acreditamos que as tragédias só acontecessem com os outros. Muitos de nós só agimos com prudência por medo de levar multa, de ser preso ou ser punido de alguma forma. Muitos de nós só temos precauções após uma tragédia, um sofrimento ou dor. Infelizmente, ainda somos muito egoístas, imediatistas e materialistas, por isso, num momento desses, queremos colocar a culpa em Deus.  Também não podemos esquecer que, a maioria de nós tem algo a resgatar, porque somos devedores perante a lei de deus. Salvo os casos onde o espírito pede, antes de encarnar, uma prova difícil ou dolorosa. Exemplo: para adiantar sua evolução, para despertar familiares a observar sua fé e por tantos outros motivos. Mas a maioria são devedores, uns resgatam individualmente, outros coletivamente. Precisamos observar que, nem todos que desencarnam coletivamente significa que desrespeitaram a lei divina coletivamente. Assim como, nem todas as mortes, por exemplo, por asfixia significa que os desencarnados mataram alguém asfixiado. A justiça divina, apenas, se aproveita das catástrofes decorrentes da imprevidência dos homens ou das leis da natureza (maremoto, terremoto, tsunami, etc) para fazer resgates. A morte não segue a lei do "olho por olho, dente por dente" ou "quem com ferro fere com ferro será ferido." Podemos resgatar de forma diferente, "o amor cobre multidão de pecados, ou seja, o bem que praticarmos pode diminuir ou mudar o rumo do nosso resgate. A Terra é um planeta de provas e expiações. O simples fato de aqui vivermos significa que somos espíritos comprometidos com débitos que justificam qualquer tipo de sofrimento ou morte que venhamos a enfrentar, como contingência evolutiva, sem que tenha ocorrido um planejamento dos superiores celestes nesse particular. Como Deus colocaria um filho no mundo para se comprometer com a lei divina só para que outro filho resgate um débito? Um quita seu débito e o outro contrai? Se fosse verdade o que atira não teria culpa, já que nasceu para fazer aquilo. Se, por acaso, esta pessoa estava, como dizem, “no lugar errado na hora errada”, ele apenas adiantou o pagamento de algum débito. Ninguém nasce para matar nem para morrer assassinado. Nós acreditamos que nascemos para evoluir. Portanto, estes momentos de dor e sofrimento deveriam ser momentos de reflexão, de buscarmos o verdadeiro sentido da vida, de entendermos  que precisamos viver sem achar que nunca desencarnaremos, que existe somente este lado material ou que nascemos para apenas "curtir" a vida. Precisamos questionar: "o que Deus espera de nós?" O importante é modificarmos "para melhor" nossas atitudes em relação a nós mesmos a ao próximo, para amenizarmos nossos débitos do passado ou para não adquirirmos um no futuro. Muitos de nós criticamos quem faz uma guerra, mas no mundo familiar, de trabalho, escolar, numa fila, no trânsito, enfim, de convívio social também fazemos nossas guerras. Muitas vezes não somos pacíficos, revidamos, somos vingativos, não levamos desaforo para casa, somos do lema "bateu levou", fazemos inimizade na família por partilha de bens, matamos por sentimento de posse, como quando uma mulher se separa do marido ou vice versa. Enfim, será que seríamos diferentes se estivéssemos no comando de um país? Então, é preciso buscar nos conhecer, olhar para dentro de nós e começar a construir a paz em nós. "A paz do mundo começa em mim", diz a música de Nando Cordel. Afinal, não sabemos quando seremos chamados a prestar contas. Como disse Kardec no Livro Obras Póstumas:  "Não podem os homens ser felizes, se não viverem em paz, isto é, se não os animar um sentimento de benevolência, de indulgência e de condescendência recíprocas; numa palavra: enquanto procurarem esmagar se uns aos outros. A caridade e a fraternidade resumem todas as condições e todos os deveres sociais; uma e outra, porém, pressupõem a abnegação. Ora, a abnegação é incompatível com o egoísmo e o orgulho; logo, com esses vícios, não é possível a verdadeira fraternidade, nem, por conseguinte, igualdade, nem liberdade, dado que o egoísta e o orgulhoso querem tudo para si." Então, paz, felicidade não são distribuídos por Deus, Ele apenas nos ensina a conquistar. Então, podemos dizer que Deus está aguardando os filhos pródigos cansarem de sofrer e voltarem para o seu lado. Enquanto isto não acontece, ele manda seus trabalhadores para Terra para socorrer os que sofrem, orientar os desorientados e receber os desencarnados. Ele nunca nos abandona. Pensemos nisso!

Texto de Rudymara


JEJUM NA VISÃO ESPÍRITA


 DISSE JESUS: "Quando jejuarem, não mostrem uma aparência triste como os hipócritas, pois eles mudam a aparência do rosto a fim de que os outros vejam que eles estão jejuando. Eu digo verdadeiramente que eles já receberam sua plena recompensa. Ao jejuar, arrume o cabelo e lave o rosto, para que não pareça aos outros que você está jejuando, mas apenas a seu Pai, que vê em secreto. E seu Pai, que vê em secreto, o recompensará."

Moisés, instituiu a prática de jejuar, e disse que era pedido divino, proclamando que Jeová castigaria aqueles que não a observassem.
Como acontece com todo culto exterior, em breve o jejum deixou de servir à religião para servir ao religioso. Os judeus submetiam-se ao jejum, não por empenho de purificação, mas apenas para mostrar que observavam com rigor os pedidos divinos.
Os fariseus, por exemplo, jejuavam duas vezes por semana. Nesses dias, para evidenciarem que isto representava sacrifício para eles, apresentavam as vestes mal arrumadas, barba e cabelos em desalinho, expressão torturada . . . É provável que nem mesmo estivessem jejuando, já que o importante era a aparência.
Jesus combate o comportamento hipócrita, recomendando que o jejuante se mantenha sereno, dentro da normalidade, em sua apresentação pessoal, buscando não a apreciação dos homens, mas a aprovação de Deus.
Jejum não se trata da mera abstenção de alimentos. Algumas horas ou todo um dia ingerindo apenas líquidos é prática saudável que desintoxica o organismo, se bem orientada, mas não tem nada a ver com nossa edificação espiritual. Se fosse assim, multidões que estão abaixo da linha da pobreza, submetidas a um jejum permanente, não por opção, mas por carência, seriam criaturas santas. Pelo contrário, fome e agressividade, geralmente, dão-se as mãos. O jejum a que se refere Jesus é de ordem MORAL. Se quisermos nos renovar, é necessário combater nossas mazelas, cultivando a Virtude e o Bem.
Então, nos períodos de jejum é preciso seguir a recomendação de Jesus: erguer a cabeça, mantendo expressão serena, calando a própria dor, confiantes em Deus. E Ele, que tudo vê, encontrará em nós a posição ideal para que nos possa ajudar.


RICHARD SIMONETTI