domingo, 29 de abril de 2012

ABUSO DA AUTORIDADE

Que pensar daqueles que abusam de sua autoridade para impor aos seus inferiores um excesso de trabalho?
- É uma das piores ações. Todo o homem que tem o poder de comandar é responsável pelo excesso de trabalho que impõe a seus subalternos, porque ele transgride a lei de Deus.
(questão 684 de O Livro dos Espíritos)

O depositário da autoridade de qualquer extensão que esta seja, desde a do senhor sobre o escravo até a do soberano sobre o povo, não deve esquivar-se à responsabilidade de um encarregado de almas, pois responderá pela boa ou má orientação que der aos seus subordinados, e as faltas que estes puderem cometer os vícios a que forem arrastados em conseqüência dessa orientação ou dos maus exemplos recebidos, recairão sobre ele. Da mesma maneira, colherá os frutos de sua solicitude, por conduzi-los ao bem. Todo homem tem, sobre a Terra, uma pequena ou uma grande missão. Qualquer que ela seja sempre lhe é dada para o bem. Desviá-la, pois, do seu sentido, é fracassar no seu cumprimento.
O superior que guardou as palavras do Cristo, não despreza a nenhum dos seus subordinados, porque sabe que as distinções sociais não subsistem diante de Deus. O Espiritismo lhe ensina que, se eles hoje o obedecem, na verdade já podem tê-lo dirigido, ou poderão dirigi-lo mais tarde, e que então será tratado como por sua vez os tratou.
Se o superior tem deveres a cumprir, o inferior também os tem de sua parte, e não são menos sagrados. Se também este é espírita, sua consciência lhe dirá, ainda mais fortemente, que não está dispensado de cumpri-los, mesmo que o seu chefe não cumpra os dele, porque sabe que não deve pagar o mal com o mal, e que as faltas de uns não autorizam as de outros. Se sofre na sua posição, dirá que sem dúvida o mereceu, porque ele mesmo talvez tenha abusado outrora de sua autoridade, devendo agora sentir os inconvenientes do que fez os outros sofrerem. Se for obrigado a suportar essas posições, na falta de outra melhor, o Espiritismo lhe ensina a resignar-se a isso, como a uma prova a sua humildade, necessária ao seu adiantamento. Sua crença o guia na sua conduta: ele age como desejaria que os seus subordinados agissem com ele, caso fosse o chefe. Por isso mesmo é mais escrupuloso no cumprimento das obrigações, pois compreende que toda negligência no trabalho que lhe foi confiado será um prejuízo para aquele que o remunera, e a quem deve o seu tempo e os seus cuidados. Numa palavra, ele é guiado pelo sentimento do dever que a sua fé lhe infunde, e a certeza de que todo desvio do caminho reto será uma dívida, que terá de pagar mais cedo ou mais tarde.


(O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 9)





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