Emmanuel: Se estais submersos em esquecimento temporário, esse olvido
(esquecimento) é indispensável à valorização de vossas iniciativas. Não deveis
provocar esse gênero de revelações, porquanto os amigos espirituais conhecem
melhor as vossas necessidades e poderão provê-las em tempo oportuno, sem quebrar
o preceito da espontaneidade exigido para esse fim.
O
conhecimento do pretérito, através das revelações ou das lembranças, chega
sempre que a criatura se faz credora de um benefício como esse, o qual se faz
acompanhar, por sua vez, de responsabilidades muito grandes no plano do
conhecimento; tanto assim que, para muitos, essas reminiscências costumam
constituir um privilégio doloroso, no ambiente das inquietações e ilusões da
Terra.
OBSERVAÇÃO: Se Deus
considerou conveniente lançar um véu sobre o passado, é que isso deve
ser útil. Com efeito, a lembrança do passado traria inconvenientes muito
graves. Em certos casos, poderia humilhar-nos estranhamente, ou então
exaltar o nosso orgulho, e por isso mesmo dificultar o exercício do
nosso livre arbítrio. De qualquer maneira, traria perturbações
inevitáveis às relações sociais.
(...) O homem traz, ao nascer, aquilo
que adquiriu. Ele nasce exatamente como se fez. Cada existência é para
ele um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi: se
estiver sendo punido, é porque fez o mal, e suas más tendências atuais
indicam o que lhe resta corrigir em si mesmo. É sobre isso que ele deve
concentrar toda a sua atenção, pois daquilo que foi completamente
corrigido já não restam sinais. As boas resoluções que tomou são a voz
da consciência, que o adverte do bem e do mal e lhe dá a força de
resistir às más tentações.
De resto, esse esquecimento só existe
durante a vida corpórea. Voltando à vida espiritual, o Espírito
reencontra a lembrança do passado.
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo V, item 11
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