sábado, 2 de janeiro de 2010

ALLAN KARDEC (biografia)


Allan Kardec nasceu às 19 horas, em 3/10/1804, em Lião, França, de antiga família lionesa, católica, cujo nome era Hippolyte Léon Denizard Rivail era seu nome ( conforme livro de batismo).
Ao redor dos 11 anos de idade, seus pais o enviaram para estudar em Yverdum, na Suíça, no Instituto de Educação do célebre pedagogo Pestalozzi.

Possuía vasta cultura humanística e conhecia o alemão, o inglês, o italiano, o grego, o latim, todavia não foi médico, como às vezes se ouve dizer.

De 1824 a 1848, além de lecionar, Rivail escreveu inúmeras e importantes obras pedagógicas.
Em meados de 1825, fundou e dirigiu uma “Escola de Primeiro Grau”, que funcionou até 1834, quando foi fechada por dificuldades financeiras que um seu tio causara.

Casou-se em 6/2/1832, com a professora Amélia Gabriele Boudet, que lhe foi companheira dedicada e valiosa colaboradora. Não tiveram filhos.

Convidado por um amigo, participou de reuniões onde reunindo-se em torno de mesa de três pés, as pessoas faziam perguntas a que os espíritos respondiam por meio de pancadas. Essa prática tornara-se moda na Europa, ao redor de 1850-52, e alcançara os salões de Paris, onde morava o Prof. Rivail.

Homem de cultura geral, Rivail já se interessara pelos estudos do magnetismo animal, mas foi somente a partir de 1855 que começou a ter contato com os fenômenos das "mesas girantes" e "comunicações do além-túmulo."

Revisou 50 cadernos de escritos mediúnicos, formulando indagações aos espíritos. Serviu-se, para tanto, de mais de dez médiuns, especialmente as Srtas. Baudin e Japhet, que recebiam mensagens com o auxílio da cesta-de-bico e da cesta-pião.

Formou a sua convicção “sobre a imortalidade da alma, a natureza dos espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade – segundo os ensinos dados por espíritos superiores” constituindo a Doutrina dos Espíritos, que ele denominou de Espiritismo.

Em O que é o Espiritismo, escreveu: “Essa crença apóia-se em raciocínios e fatos. Eu próprio não a adotei antes de tê-la examinado demoradamente. Tendo adquirido, no estudo das ciências exatas, hábitos positivistas, sondei, esquadrinhei essa nova ciência em seus mais íntimos refolhos; quis dar-me conta de tudo, porque nunca aceito uma idéia sem conhecer o porque e o como.”

O primeiro livro espírita a ser codificado por Allan Kardec foi “O Livro dos Espíritos”, que apresenta-se na forma de perguntas e respostas, totalizando 1.019 tópicos. Foi o primeiro de uma série de cinco livros editados pelo pedagogo sobre o mesmo tema. As médiuns que serviram a esse trabalho foram inicialmente Caroline e Julie Boudin (respectivamente, 16 e 14 anos à época), às quais mais tarde se juntou Celine Japhet (18 anos à época) no processo de revisão do livro. Após o primeiro esboço, o método das perguntas e respostas foi submetido a comparação com as comunicações obtidas por mais de dez médiuns franceses, cujos textos psicografados contribuíram para a estruturação de O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de Abril de 1857, no Palais Royal, na capital francesa, contendo 550 itens. Só a partir da segunda edição, lançada em 16 de março de 1860, com ampla revisão de Kardec mediante o contato com grupos espíritas de cerca de 15 países da Europa e das Américas, aparecem as atuais 1019 perguntas e respostas. Este livro está dividido em quatro (4) partes, e de cada parte nasceram os demais livros da codificação.

Editou, a partir de janeiro de 1858, a Revista Espírita (mais antiga do mundo), que circulou até recentemente, sofreu interrupção, mas voltou a ser editada.

Fundou também a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em 1º de abril de 1858, que foi modelo de organização espírita, quanto à parte mediúnica e de estudos.

Para a publicação das obras espíritas, objetivando distingui-las das que produzira pelo seu próprio saber, como pedagogo, adotou o pseudônimo de Allan Kardec, nome que, conforme revelação feita (pelo espírito Zéfiro), usara em encarnação anterior, ainda em solo francês (Gálias, hoje, França), ao tempo dos druidas.

Como ele mesmo disse, sua parte na obra, de revelar a Doutrina Espírita foi a de haver coletado, coordenado e divulgado os ensinos. E, por organizar os ensinos revelados pelos espíritos formando uma coleção de leis (um código) é que Allan Kardec foi chamado “O Codificador”.
A missão que desempenhou na Terra, com tanto devotamento, inaugurou, a Era do Espírito.
Kardec temia pela direção do movimento espírita, se viesse a falecer, mas os Espíritos o tranqüilizaram dizendo que: outros trabalhadores continuariam a tarefa interrompida.
Em 1861, a Inquisição espanhola faz queimar (em praça pública), em Barcelona, 300 livros espíritas, apesar dos protestos de Kardec. Numa sessão mediúnica, o Bispo de Barcelona, autor do auto-de-fé, transmite, através de um médium, a seguinte declaração: “Está escrito: tu queimaste as idéias e as idéias te queimarão.”

Foi em 31/3/1869, em Paris, com 64 anos, entre 11 e 12 horas, pelo rompimento de um aneurisma, em pleno labor de estudo e organização de novas tarefas espíritas e assistenciais que Kardec desencarna, cumprindo, e muito bem, a missão.

Agradecemos a Kardec o trabalho e dedicação de sua vida à codificação dos ensinos dos espíritos, a fim de que também pudéssemos entender melhor as leis divinas, recebendo com isso conforto, bom ânimo e esperança para nossas vidas.

O lema de Kardec era: Trabalho, Solidariedade e Tolerância.

Para honrar-lhe a memória, procuremos nos aperfeiçoar e servir, para que todos reconheçam no Espiritismo a doutrina capaz de modificar o homem para melhor e influir benéfica e poderosamente na sociedade.

O corpo de Kardec foi sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, com a frase esculpida no frontispício do dólmen de Allan Kardec:

“Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a Lei.”

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