domingo, 2 de janeiro de 2011

CUIDADO COM A AUTOPIEDADE


Diz Emmanuel no livro O Consolador: "dentre os mundos inferiores, a Terra pertence à categoria dos de expiações e provas, porque ainda existe predominância do mal sobre o bem. Aqui, o homem leva uma vida cheia de vicissitudes por ser ainda imperfeito, havendo, para seus habitantes, mais momentos de infelicidades do que de alegrias. A provação é a luta que ensina ao discípulo rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho e da edificação espiritual. A expiação é a pena imposta ao malfeitor que comete um crime.”
 
Diante de tal explicação, concluímos que não nascemos para ser completamente felizes. Aqui, neste planeta, alegria e tristeza se revezam. Moramos num vale de lágrimas, ou seja, ora choramos de alegria, ora de tristeza. Estes são ensinamentos básicos na Doutrina Espírita, mas muitos de nós espíritas, mesmo sabendo de tudo isso, quando passamos por um momento difícil, sentimos pena de nós mesmos. Basta encontrarmos com um conhecido para desabafarmos nossas amarguras nos colocando na condição de “coitadinho” ou “vítima” de uma situação. Temos também o hábito de responsabilizar os outros pela nossa dor: um amigo(a), um espírito, a macumba, os pais, a inveja, o olho gordo, a herança genética, etc. Quando na verdade somos vítimas de nós mesmos.
A auto-piedade é um alimento venenoso, uma espécie de erva daninha que intoxica o espírito, dificulta as relações e promove medo, desconfiança, solidão e melancolia. É filha do egoísmo e da lamentação, afilhada do orgulho e irmã da necessidade de aprovação e de atenção especial.
Lembramos aqui a história do médium Jerônimo Mendonça. Um exemplo de superação de limites. Ele foi totalmente paralítico há mais de trinta anos, sem mover nem o pescoço, foi cego há mais de vinte anos, com artrite reumatóide que lhe dava dores terríveis no peito e em todo o corpo, era levado por mãos amigas por todo o Brasil a fora para proferir palestras. Foi tão grande o seu exemplo que foi apelidado “O Gigante Deitado” pelos amigos e pela imprensa. Houve uma época, em meados de 1960, quando ainda enxergava, que Jerônimo quase desencarnou com hemorragia acentuada, das vias urinárias. Estava internado num hospital de Ituiutaba quando o médico, amigo, chamou seus companheiros espíritas que ali estavam e lhes disse que o caso não tinha solução. A hemorragia não cedia e ele ia desencarnar. Os amigos, resolveram levá-lo até Uberaba, para despedir-se de Chico Xavier. Pois eles eram muitos amigos. O lençol que o cobria era branco. Quando chegaram a Uberaba, estava vermelho, tinto de sangue. Ao chegar, vendo o amigo vermelho de sangue Chico disse: “OLHA SÓ QUEM ESTÁ NOS VISITANDO! O JERÔNIMO! ESTÁ PARECENDO UMA ROSA VERMELHA! VAMOS TODOS DAR UM BEIJO NESSA ROSA, MAS COM MUITO CUIDADO PARA ELA NÃO DESPETALAR.” Um a um os companheiros passavam e lhe davam um suave beijo no rosto. Ele sentia a vibração da energia fluídica que recebia em cada beijo. Finalmente, Chico deu-lhe um beijo, colocando a mão no seu abdome, permanecendo assim por alguns minutos. Era a sensação de um choque de alta voltagem saindo da mão de Chico, o que Jerônimo percebeu. A hemorragia parou. Ele que, fraco, havia ido ali se despedir, para desencarnar, acabou fazendo a explanação evangélica, a pedido de Chico, e em seguida vem a explicação: “VOCÊ SABE PORQUÊ DESTA HEMORRAGIA, JERÔNIMO?” Jerônimo respondeu: “NÃO, CHICO.” Chico, então, explicou: “FOI PORQUE VOCÊ ACEITOU O “COITADINHO”. COITADINHO DO JERÔNIMO, COITADINHO... VOCÊ DESENVOLVEU A AUTOPIEDADE. COMEÇOU A TER DÓ DE VOCÊ MESMO. ISSO GEROU UM PROCESSO DESTRUTIVO. O SEU PENSAMENTO NEGATIVO FLUIDICAMENTE INTERFERIU NO SEU CORPO FÍSICO, GERANDO A LESÃO. DORAVANTE, JERÔNIMO, VENÇA O COITADINHO. TENHA BOM ÂNIMO, ALEGRE-SE, CANTE, BRINQUE, PARA QUE OS OUTROS NÃO SINTAM PIEDADE DE VOCÊ.” Ele seguiu o conselho. A partir de então, após as palestras, ele cantava e contava histórias hilariantes sobre as suas dificuldades. A maioria das pessoas esquecia, nestes momentos, que ele era cego e paralítico. Tornava-se igual aos sadios.Sobreviveu quase trinta anos após a hemorragia “fatal”. Venceu o “coitadinho”.Que essa história nos seja um exemplo, para que nos momentos difíceis tenhamos bom ânimo, vencendo a nossa tendência natural de autopiedade e esmorecimento.


Compilação de Rudymara






 

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