Certa vez, uma moça que participava do trabalho de
desenvolvimento mediúnico, conversando com Chico Xavier disse:
- Chico, gostaria tanto de desenvolver a mediunidade da vidência, para
poder enxergar Emmanuel, Bezerra de Menezes, Sheilla . . .
Chico, esboçou um sorriso e esclareceu:
-
Num pântano, veremos poucas flores, mas muitos sapos.
Chico quis dizer que, a Terra é um planeta que
recebe espíritos que ainda abrigam em seu ser a maldade e a ignorância.
Portanto, será difícil um médium ver apenas espíritos missionários.
QUE MEDIUNIDADE ESPERAMOS TER?
A
mediunidade que todos esperamos é a espetacular, a fenomênica.
Pedimos a vidência,
para ver Espíritos de grande luz ou para descobrir piedosamente os necessitados
do Umbral, levando-lhes auxilio na medida de nossas possibilidades?
Suplicamos a clariaudiência,
para ouvir coros celestes ou deliciar-nos
com os conselhos
dos Espíritos e atender aos
apelos dos desencarnados que pedem orientação?
Queremos servir de intermediários na psicografia entre os instrumentos
espirituais e os homens?
Ambicionamos a incorporação,
para que em nós se manifestem os bons Espíritos em preleções luminosas, ou
os sofredores em lamentações, para serem consolados e reequilibrados?
Esperamos a viagem
astral como um prêmio ao nosso gosto em freqüentar sessões ou para atender
aos espíritos que de longe nos chamam?
No entanto, vemos por acaso, com atenção, as glórias
da natureza em redor de nós?
Olhamos, sem desviar os olhos, os pobres e
aleijados, os doentes e estropiados, os aflitos e desesperados?
Utilizamo-nos bem do dom da vidência que já recebemos do Senhor aqui na Terra, para, vendo-lhes
as misérias levar-lhes auxílio?
Aproveitamos o dom da psicografia, isto é, do conhecimento da escrita, para ensinar a uma
criancinha pobre ou a uma empregada analfabeta?
Lembremo-nos de que cada um de nós, trás em si
mesmo, um Espírito permanentemente incorporado,
que precisa progredir. E que fazemos dele?
E as viagens aos
morros, para socorrer os pobres . . . a orfanatos para acariciar crianças . . .
a hospitais, para aliviar enfermos . . . a asilos, para consolar os velhinhos .
. . e leprosários para ajudar os sofredores, nós os fazemos?
Se não pomos em prática os dons mediúnicos que já temos
na matéria, por que queremos buscar outros de fora, que não depende de nós?
Desenvolvamos bem essas mediunidades que já nos
foram concedidas pelo Senhor, e no tempo oportuno, receberemos todas as outras.
Atendamos primeiro, ao próximo, que está em redor de
nós e depois, teremos lastro para ir atender a outros no outro Mundo.
Do livro: Sugestões Oportunas, cap. 10
De: C. Torres Pastorino
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