Hoje encontramos muitas pessoas preocupadas com as causas sociais, umas trabalham pela causa, outras apenas falam dela. Se há injustiça é porque as pessoas não cristianizam seus atos e sentimentos. O orgulho, por exemplo, faz com que muitos acreditem serem melhores que seu próximo, porque julgam que sua cor de pele, sua orientação sexual, seu time de futebol, seu sexo, sua religião, sua posição social é a ideal, a melhor, a que todos deveriam ter, torcer, adotar e ser. E quando não são, pensam e agem como eles, estes humilham, brigam, desfazem amizade e até chegam à violência. Muitos sentem pena dos injustiçados, mas não são capazes de saírem de seu conforto e irem ajudar uma instituição ou doarem algo para quem está passando por necessidades. Pedem justiça, mas não são justos. Numa campanha de doação de roupas, sapatos, brinquedos e outros, por exemplo, muitos doam o resto de seu armário, o que não dá mais para outro usar: camisetas manchadas de tintas ou alvejantes, sapatos furados, calças rasgadas, brinquedos quebrados ou faltando peças, alimentos fora do prazo de validade e outros. E às vezes, apenas sentem pena, mas não doam nada. No O livro dos espíritos, questão 814, Kardec perguntou: “Por que Deus concedeu a uns a riqueza e o poder e a outros, a miséria?” E os Espíritos responderam: “Para provar a cada um de uma maneira diferente. Aliás, vós o sabeis essas provas são escolhidas pelos próprios Espíritos, que muitas vezes sucumbem ao realizá-las.” E Kardec comenta: “Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo uso que faz de seus bens e do seu poder.” Como disse Irmã Dulce: "Não se vai acabar com a pobreza, Deus institui pobres e ricos. Porém, a gente deve empregar todos os esforços possíveis para melhorar a situação." Como está no O livro dos Espíritos, questão 717: "Quem utiliza os bens da Terra para obter o supérfluo, terá que responder pelas privações causadas aos outros." Como disse Chico Xavier: ''Se todos trabalhassem pelo pão de cada dia, dividindo com os outros as migalhas que lhes sobrassem do pão cotidiano, a paz seria uma realidade e a justiça social se faria sem tantas lutas''. Como disse Kardec: "seremos cobrados não só pelo que fizemos, mas também pelo que deixamos de fazer." Como disse Emmanuel: "Não te digas incapaz, nem te digas inútil. Auxilie como puderes." No O evangelho segundo o Espiritismo diz: "Saibamos que Deus não nos distingue pelos corpos.E que todos os homens são iguais na balança Divina e só as virtudes nos distinguem aos olhos de Deus." Nós somos espíritos, a cada encarnação trocamos de corpo físico, às vezes, de família, raça, posição social, nacionalidade e outros, tudo é programado antes de encarnarmos para que aprendamos algo, como respeitar a raça que, talvez, tenhamos discriminado em encarnação anterior, para aprendermos a lidar com a pobreza ou riqueza e outros. Tudo tem uma razão de ser e acontecer. Mas, enfim, como vemos, todos podemos fazer alguma coisa por alguém. Não devemos esperar só do Governo. Jesus era pobre, pregou nas ruas e nas casas das pessoas, não tinha bens materiais, emprestou o burro e o barco e disse que deveríamos ajuntar os tesouros dos céus, que as traças e a ferrugem não corroem e os ladrões não roubam. Mas nós, infelizmente, continuamos a dar maior importância para ajuntar os tesouros da Terra. Então, se queremos mudança no mundo, mudemos de atitude. Como disse Emmanuel: "A melhora de tudo para todos começa na melhora de cada um." Pensemos nisso!
Texto de Rudymara
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