quinta-feira, 21 de junho de 2018

FILHO DE PEIXE PEIXINHO NÃO É



Frequentemente, os pais transmitem aos filhos a parecença física. Transmitirão também alguma parecença moral?
Resp.: Não, que diferentes são as almas ou Espíritos de uns e outros. O corpo deriva do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito. Entre os descendentes das raças apenas há consanguinidade. (questão 207).

Vários provérbios ressaltam a ideia de que os filhos reproduzem defeitos e qualidades dos pais:
Tal pai, tal filho; Filho de peixe, peixinho é; Quem sai aos seus não regenera . . .
Bem, depende do ângulo em que observamos o assunto. Quanto à estrutura física é notório que funciona a hereditariedade. Filha de pais obesos dificilmente será manequim. Filho de pais magérrimos terá poucas chances de ser lutador de sumô.
É necessário recordar sempre, no estudo da reencarnação, que o Espírito subordina-se às possibilidades do corpo que lhe serve às experiências humanas. Um gênio da Espiritualidade terá imensas dificuldades em mobilizar seu potencial num corpo subnutrido desde a gestação.
Isto é claramente demonstrado nas experiências com adoção. Filho de favelados humildes, paupérrimos, é adotado por família rica, ainda recém-nascido. Recebe desde logo o que há de melhor em nutrição e cuidados médicos. O confronto deste bebê, na idade adulta, com um irmão que permaneceu na favela, revelará sensível diferença em favor do primeiro.
O mesmo não se pode dizer quanto à moral.
Não herdamos a bondade ou a maldade, o altruísmo ou o egoísmo, o vício ou a virtude de nossos pais. Estes valores não estão impressos nos genes, nem se condicionam à estrutura ou desenvolvimento do corpo físico. Constituem patrimônio do Espírito. Os pais geram um corpo físico, o espírito que irá vincular-se a este corpo tem sua história á parte.
Há, sem dúvida, a influência do meio. A criança é sensível aos exemplos que recebem ao pressionamento do ambiente em que vive. Mas é uma influência relativa, mesmo porque a evolução moral opera-se de dentro para fora, a partir da disposição íntima do indivíduo em lutar contra suas imperfeições e deficiências. Por isso os filhos revelam suas próprias características, eminentemente pessoais, sua maneira de ser, não raro em oposição ao lugar em que vivem e aos estímulos que recebem. A melhor demonstração disso está no próprio lar. Numa família de cinco filhos, com os mesmos pais, o mesmo ambiente, os mesmos cuidados, sob as mesmas condições, são todos diferentes entre si, como os dedos da mão. Há um carinhoso; outro que é muito agressivo; Há o que não gosta de mentir; outro que se destaca por ser amigo do engodo; Há o fascinado por sons estridentes; outro que prefere música suave; Há o ávido por aventuras amorosas; outro extremamente comedido no relacionamento afetivo. A moral, portanto é a carteira de identidade do Espírito, dando-nos conta de que ele é filho de si mesmo, de seus patrimônios íntimos, de suas experiências pretéritas, revelando-nos o estágio de evolução em que se encontra.

Richard Simonetti

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