segunda-feira, 6 de setembro de 2010

"NOSSO LAR" - texto para entender melhor o filme

André Luiz é um nome fictício, adotado pelo próprio espírito para proteger sua identidade como médico carioca. E no livro “Nosso Lar” ele conta, através da mediunidade de Chico Xavier, seu sofrimento, após sua desencarnação, ao ser chamado de suicida por companheiros da zona umbralina. Até que Clarêncio, o mensageiro divino, o resgatou levando-o para a cidade espiritual chamada Nosso Lar onde explicou que ele foi mesmo um suicida "indireto". Que todo seu aparelho gástrico foi destruído vagarosamente à custa de excessos de alimentação e bebidas alcoólicas. E a sífilis (conseqüência de algumas leviandades) devorou energias essenciais para sua recuperação corporal pós-operatória.

Para nós espíritas, o Céu e o Inferno são estados de consciência e não um local geográfico. Quem já sentiu a angústia do arrependimento mais intenso, por uma falta cometida, tem uma pequena idéia do que é o sofrimento dos Espíritos culpados após a desencarnação, que se tornam muito mais intenso na Espiritualidade, onde não há as limitações impostas pelo corpo físico, nem as ilusões da existência material, que ocultam as percepções e anestesiam a consciência. Os Espíritos comprometidos com o mal mergulham, ao desencarnar, num torvelinho de emoções e lembranças relacionados com suas faltas, experimentam sofrimentos morais tão intensos que não há nada que se lhes compare na Terra, onde os levará para regiões (UMBRAIS) que condizem com o estado de sua consciência. Portanto, quem nos leva ao umbral é a nossa consciência pesada. E o umbral é definido como uma "região destinada a esgotamento de resíduos mentais.” Assim sendo, entende-se como um período posterior ao desencarne (processo em que a alma abandona o corpo após a morte deste) que possibilita à alma entender o seu atual estado espiritual. O tempo de permanência no Umbral, e a ocorrência de processos dolorosos de culpa e flagelação, vai depender do estágio evolutivo da alma e do reconhecimento humilde das faltas cometidas. Só é resgatado de lá quem realmente demonstrar sincero arrependimento das transgressões cometidas perante a lei divina.
Nós espíritas, entendemos por purgatório, as dores físicas e morais: o tempo da expiação. Quase sempre, é na Terra que fazemos o nosso purgatório, ou seja, que expiamos (pagamos) as nossas faltas. Purgatório significa purgação, purificação. O purgante é o remédio que limpa o organismo. E as dores e aflições são os purgantes que limpam a alma das viciações que nos levam a transgredir a Lei Divina. Podemos dizer que, o caminho mais rápido e seguro entre o purgatório e o Céu, é “O PRÓXIMO”. Na medida em que estivermos dispostos a respeitar, ajudar, compreender e amparar aqueles que nos rodeiam, seja o familiar, o colega de serviço, o amigo, o indigente, o doente, estaremos habilitando-nos à felicidade, contribuindo para que ela se estenda sobre o Mundo. Portanto, não nos elevaremos se não tivermos dispostos a auxiliar os companheiros que conosco estagiam no purgatório terrestre. Lembrando que, nem todos passam pelo umbral e nem todos irão para o "Nosso Lar". Há outras cidades espirituais.

Este filme mostra que, a maior surpresa da morte carnal é a de nos colocar face a face com a própria consciência; que levaremos para o Além, os “tesouros que a traça não corrói e o ladrão não rouba” como disse Jesus, ou seja, não levaremos nada que se destina ao uso do corpo, e sim tudo o que se refere ao uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais; lá não será computado o valor dos nossos bens, nem dos nossos títulos, mas serão contadas as nossas virtudes, e nesse cálculo o operário talvez seja considerado mais rico que o príncipe. André Luiz, por exemplo, não teve privilégios por ter sido médico na Terra, porque, todos somos iguais perante a lei divina; e no plano espiritual aprendemos muito, mas é encarnado que testaremos o aprendizado. Então, a "purificação" espiritual se dará depois de muitas encarnações, quantas forem necessárias, até que aprendamos que os passos do cristão, em qualquer escola religiosa, devem dirigir-se verdadeiramente ao Cristo.

Aos que acham este filme fictício deixo uma pergunta de Emmanuel que está no prefácio do livro "NOSSO LAR" : "O inabitual, entretanto, causa surpresa em todos os tempos. Quem não sorriria, na Terra, anos atrás, quando se lhe falasse da aviação, da eletricidade, da radiofonia?"


Compilação de Rudymara retirado dos livros: "O Evangelho segundo o Espiritismo", "Nosso Lar" e "Um jeito de ser feliz".


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