Muitos esquecem ou não buscam o sentido do Natal e cometem abusos dizendo estar comemorando a data do nascimento do Cristo e a “comemoração” piora no Novo Ano. Depois vem o carnaval, onde aumentam as transgressões das leis morais cristãs de todas as formas: sexo desregrado, gravidez indesejada, aborto, doenças sexualmente transmissíveis, mortes no trânsito causado por alcoolismo e outras drogas, etc. Dia seguinte ao término do carnaval, é a quarta-feira intitulada de cinzas, onde muitos mostram em seu semblante o arrependimento, por isso buscam templos religiosos para tomar cinzas, cujo simbolismo é para que as pessoas façam reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira fragilidade da vida humana. A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da Quaresma (para os católicos), que é o período de quarenta dias que antecedem a festa da Páscoa, tempo de jejuar e o jejum a que se refere Jesus é de ordem moral. Se quisermos nos renovar, é necessário combater nossas fraquezas, cultivando a Virtude e o Bem. E na Páscoa relembramos os últimos dias de Jesus na Terra, onde encontramos encenações: da última ceia; do lava pés; da condenação e crucificação do Cristo; onde muitos deixam de comer carne vermelha na sexta-feira; malham o Judas, esquecendo que entre as muitas lições do “crucificado” é a do perdão, da não violência, o de retribuirmos o mal com o bem, o de amarmos o inimigo. No domingo, Cristo ressurge para mostrar que Ele vive e deve estar vivo em nós. Não só na lembrança da sua pessoa, mas na lembrança de seus ensinamentos. É um domingo de almoço familiar, onde muitos esquecem de fazer uma prece de agradecimento ao Cristo ressucitado. Agora perguntemos: “Só com a vinda Dele já estamos salvos?” Não nos enganemos. Jesus não morreu para nos salvar. Ele viveu para nos mostrar o caminho da salvação. A busca é individual e só acontecerá se cristianizarmos nossas atitudes. Então, como vemos o sacrifício do Cristo e de seus discípulos não aconteceu para admirarmos Suas bravuras ou para decorarmos seus ensinamentos e ficar por isso mesmo. A passagem do Cristo na Terra é mais que presentes, presépios, ceia, bacalhau, ovos de chocolate, paçoca e coelhinho. Quando entenderemos o sentido da vinda do Cristo a Terra? Será que estamos agradando Jesus com esta fé sem obras? Alguém então perguntará: Então devemos acabar com a Páscoa e o Natal? Não. Devemos relembrar a vinda do Cristo todos os dias; santificar todos os dias, não somente a sexta-feira ou o 25 de dezembro. Utilizarmos as datas para intensificarmos a caridade ensinada pelo “crucificado” ou pelo “menino da manjedoura”. Nós espíritas não somos contra a festa ou a alegria de reunir a família. Mas achamos que a festa de Natal deveria despertar em nós o desejo de fazermos o Cristo renascer em nossas atitudes (não só nas mensagens dos cartões) e a da Páscoa deveria despertar em nós a vontade de nos libertarmos dos erros, das transgressões, para ressuscitarmos numa nova pessoa. Uma pessoa de atitudes nobres, cristãs. Mas, infelizmente, há quem acredite ser perdoado com simples ritual ou com penitências corporais. Por isso, na próxima festa, veremos as mesmas pessoas cometendo as mesmas transgressões. Como pedir que o mundo mude se nós não mudamos? A mudança do mundo começa em nós e só acontecerá quando seguirmos os ensinos de Jesus, TODOS OS DIAS.Este texto serve para todos nós que nos apegamos mais aos dogmas e rituais do que aos ensinamentos do Cristo. Muitos costumes religiosos foram criados pelo homem e não se encontra nos pedidos do Cristo. Isto faz com que atrasemos nossa evolução. Por exemplo: muitos acham que se não se casar na igreja está em pecado. Mas, se esquece, por exemplo, de viver o "não adulterarás". Não há em lugar nenhum do evangelho o pedido de Jesus para a cerimônia religiosa, mas sim para o respeito mútuo do casal. O catolicismo já corrigiu muita coisa no decorrer do tempo, basta lembrarmos da "santa inquisição". E, muitos de nós espíritas, já passamos por ele, nesta e em outras encarnações. Devemos nosso respeito, mas precisamos questionar o que devemos observar de verdade para nossa acensão espiritual. Portanto, não se sintam ofendidos. Afinal, fé sem obras é morta.
(Texto de Rudymara do Grupo de Estudo Allan Kardec)
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