No carnaval aumentam as transgressões das leis morais cristãs de todas as formas: sexo desregrado, gravidez indesejada, aborto, doenças sexualmente transmissíveis, bebedeira que danifica a saúde do corpo físico, mortes no trânsito causado pelo alcoolismo e outras drogas e muita violência. Dia seguinte ao término do carnaval, é a quarta-feira intitulada de cinzas, onde muitos estão com a saúde debilitada, o corpo físico cansado. Outros ficam triste com o término e alguns cumprem o que pede sua religião (catolicismo), por isso buscam templos religiosos para tomar cinzas, cujo simbolismo é para que as pessoas se arrependam de algo que fizeram, que façam reflexão sobre o dever da conversão, da MUDANÇA DE VIDA ou MUDANÇA COMPORTAMENTAL. A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da quaresma (para os católicos), que é o período de quarenta dias que antecedem a festa da Páscoa, onde é relembrado os últimos dias de Jesus na Terra. Mas, neste período, não nos enganemos tentando enganar Jesus com abstinências como a de carne vermelha, cigarro, bebida alcoólica, e outros, por apenas quarenta dias. Ele espera mais que isso e por um período permanente. A abstinência que Ele espera de nós é a das coisas que faz mal para nosso corpo e para nosso Espírito. Na sexta-feira da paixão muitos não comem carne vermelha em respeito à Jesus. Mas, passou a sexta-feira, tudo volta ao normal, ou melhor, todas as transgressões se repetem em desrespeito ao que ele nos pede há mais de dois mil anos.
Agora perguntemos: “Só com a vinda Dele já estamos salvos?” Não nos enganemos. Jesus não morreu para nos salvar, ou melhor, nos livrar dos erros. Ele viveu para nos mostrar o caminho da salvação. Mas, salvar do que? Dos resgates difíceis. Quando vivenciarmos seus ensinamentos, não teremos o que resgatar, consequentemente, estaremos salvos das dores e aflições. Então, como vemos, o sacrifício do Cristo e de seus discípulos não aconteceram para apenas admirarmos ou para decorarmos seus ensinamentos e ficar por isto mesmo. A passagem do Cristo na Terra é mais que presentes, presépios, ceia, bacalhau, ovos de chocolate, paçoca, coelhinho e fazer pedidos á ele. Quando entenderemos o sentido da vinda do Cristo a Terra? Será que estamos agradando Jesus com esta fé sem obras? Quando seremos o sal da Terra? Quando brilharemos a nossa luz? Até quando gritaremos "Senhor, Senhor", mas não faremos o que ele pede?
Na questão 999 do O livro dos Espíritos Kardec perguntou: “O arrependimento sincero durante a vida é suficiente para extinguir as faltas e fazer que se mereça a graça de Deus?” E eles responderam: “O arrependimento auxilia a melhora do Espírito, mas o passado deve ser expiado.”
Richard Simonetti explica: “Só o arrependimento não nos concede o perdão. É apenas o primeiro passo na árdua jornada da reabilitação, em favor da qual não bastam penitências, ritos, ou rezas. É de fundamental importância que o mal seja reparado. Podemos definir o arrependimento como a consciência de que fizemos algo errado, de que prejudicamos alguém ou a nós mesmos. Implica em dor moral, tão profunda quanto a natureza de nossas faltas e o grau de nossa maturidade. Quanto mais evoluídos, mais sofre o Espírito, ao avaliar a extensão dos prejuízos que causou a si mesmo ou ao semelhante. Pode ocorrer na Terra, pelo exercício da razão. Exemplo típico: o indivíduo que parte para a violência em face de determinada contrariedade; O marido traído, que mata a esposa; A mãe que fere a criança ao castigá-la. Depois o lamento: “Ah! Meu Deus! Por que não me controlei!” Mais frequentemente o arrependimento eclode no Plano Espiritual, quando o Espírito defronta-se com sofrimentos e desajustes decorrentes de suas iniciativas desatinadas. O arrependimento sincero, e a disposição a dar uma guinada existencial, modificando seus rumos, não é fácil. O homem comum distrai-se de suas responsabilidades, sempre pronto a justificar seus desvios com intermináveis frases como estas:
“Bebo sim, mas para enfrentar os problemas da existência - explica o alcoólatra, sem atinar para o fato de que se transformou, ele próprio, num grande problema.”;
“Traí meu marido, sim, envolvi-me em aventuras extraconjugais, porque não me dava atenção - afirma a mulher displicente, a justificar sua irresponsabilidade.”
Pessoas assim transitam pela vida de consciência anestesiada pela indiferença em relação aos valores morais, para somente despertarem no Plano Espiritual, quando se habilitam a longas e penosas jornadas de retificação.”
Lembrando uma frase de um padre amigo: "As cinzas que as pessoas recebem na quarta-feira não apaga o que elas fizeram no carnaval."
Então, não nos enganemos, senão continuaremos sofrendo as consequências de nossos atos, colhendo os frutos amargos do nosso plantio.
Pensemos nisso!
Texto de Rudymara