terça-feira, 7 de junho de 2011

CRIANÇAS NO ALÉM


Sempre nos despertou grande curiosidade a sorte das crianças após a “morte”, bem como a possibilidade de intercâmbio com aqueles que tenham se despojado prematuramente de suas roupagens carnais. A questão aparece no "Livro dos Espíritos" questão 381: 'Por morte da criança, readquire o Espírito, imediatamente, o seu precedente vigor?' . A resposta : “Assim tem que ser, pois que se vê desembaraçado de seu invólucro corporal. Entretanto, não readquire a anterior lucidez, senão quando se tenha completamente separado daquele envólucro, isto é, quando mais nenhum laço exista entre ele e o corpo.”


Ocorre que esse desligamento será tanto mais rápido quanto mais elevado for o grau evolutivo do Espírito em questão.
No Brasil, um triste episódio marcaria o casal Francisco e Terezinha Cruañes. Foi em tarde ensolarada, numa fazenda do interior de São Paulo, quando a pequena Fernanda Cruañes, de apenas quatro anos de idade, caía do trator em que se encontrava, vindo a desencarnar em 08 de agosto de 1981. Menos de doze meses após o ocorrido, exatamente em 30 de julho de 1982, Fernanda se manifestava através da mediunidade segura de Francisco Cândido Xavier, em comunicação reproduzida na obra "Estamos no Além", solicitando aos seus pais que não se entregassem tanto ao desespero, como freqüentemente vinham fazendo, posto que todas aquelas sensações de sofrimento lhe eram integralmente transmitidas.
Informações igualmente preciosas nos deu André Luiz, em sua obra intitulada "Entre a Terra e o Céu", psicografada por Francisco Cândido Xavier. Conta-nos ele que, em determinado momento no plano espiritual, passa a ouvir uma suave melodia; ao se aproximar, percebe que a música era entoada por um coro de crianças felizes e sorridentes, em meio a paisagens de rara beleza. Ele se encontrava no Lar da Bênção — um misto de escola de preparação para a maternidade e abrigo para espíritos que haviam desencarnado na infância. Alguns deles, naquele exato momento, recebiam a visita de suas mães, ainda encarnadas, que para lá se deslocavam por ocasião do sono físico. André Luiz, então, fascinado com o que via, questiona se haveria ali cursos primários de alfabetização; ao que a dirigente daquele educandário responde afirmativamente, pois que se tratava de um verdadeiro estabelecimento de ensino no além, que abrigava, à época, cerca de dois mil espíritos desencarnados em tenra idade, que lá permaneciam até reunir condições para retornar ao plano físico, o que se dava, na maioria das vezes, antes que o Espírito retomasse sua compleição adulta. Há, portanto, espíritos que, tendo desencarnado na infância, em retorno ao plano espiritual reassumem em curtíssimo prazo a forma adulta que tinham antes de reencarnar, ou, ainda, outra apresentação perispiritual que lhes convenha, sempre de acordo com suas potencialidades. Entretanto, o Espírito André Luiz, ainda na obra "Entre a Terra e o Céu", nos afirma que essas são exceções, pois que a maioria dos seres que estagiam no planeta Terra necessitam de longo espaço de tempo e total amparo da Espiritualidade para se desvencilharem dos impositivos da forma infantil.


(José Marcelo Gonçalves Coelho)










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