sexta-feira, 23 de março de 2012

TER OU SER?


O apóstolo Paulo, disse: “se temos o que comer e com que nos vestir, fiquemos contentes com isso. Aqueles, porém, que querem tornar-se ricos, caem na armadilha da tentação e em muitos desejos insensatos e perniciosos, que fazem os homens afundarem na ruína e perdição. Porque a raíz de todos os males é o amor ao dinheiro. Por causa dessa ânsia de dinheiro, alguns se afastam da fé e afligem a si mesmos com muitos tormentos.”
Nós herdamos pela nossa tradição instintiva: A posse.
Nós acreditamos que quem tem pode, e quem pode é feliz.
O “ter” nós conquistamos de maneira legal ou ilegal, mas o “ser” é preciso todo um trabalho de transformação moral, e que os valores éticos tenham predominância. E são com estes valores éticos que nós passamos a “ser”. Nós esculpimos em nosso mundo interior estes valores indestrutíveis no espírito, e ao serem esculpidos, o “ter”, a posse, o material, tornam-se de secundária importância. O que temos nós deixamos, o que somos nós levamos. Por isso o apóstolo Paulo nos alertou dizendo: “Dá conta da tua administração.” Porque na verdade não temos nada, nós administramos valores amoedados (dinheiro, ouro), orgânicos (pés, mãos, saúde, etc.), sociais (família, emprego, amigos, etc.), que, transferem de mão, que passam de tempo, que desaparecem.
Como disse Pascal em O Evangelho segundo e Espiritismo: “O homem não possui como seu senão aquilo que pode levar deste mundo. O que ele encontra ao chegar e o que deixa ao partir goza durante sua permanência na Terra; mas, desde que é forçado a deixá-los, é claro que só tem o usufruto, e não a posse real. O que é, então, que ele possui? Nada do que se destina ao uso do corpo, e tudo o que se refere ao uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais (...)"
Pensemos nisso e tiremos nossa conclusão.

 
(Trecho da palestra de Divaldo Franco)






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