O que é?
Perispírito
é o envoltório semimaterial do espírito.
Também
o denominam de corpo fluídico ou corpo
espiritual.
É
um dos mais importantes produtos do FCU (Fluido Cósmico Universal).
Origem e natureza
O
perispírito tem sua origem no fluido cósmico universal, retirado do mundo ou
plano ao qual o espírito está relacionado.
É também matéria, como o corpo de carne, mas em
estado diferente, mais sutil, quintessenciada(o máximo de apuro); não é rígida
como a do corpo físico e, sim, flexível e expansível, o que torna o perispírito
muito plasmável sob a ação do espírito.
Assim como o corpo físico, o perispírito tem uma
estrutura e fisiologia (órgãos), mas não tem inteligência nem autonomia (agir
por vontade própria). Não é, pois, "um outro ser", mas apenas um
instrumento do espírito, tal como o corpo físico.
"Tem a
forma que o Espírito queira. É assim que ele aparece algumas vezes, quer em
sonho, quer no estado de vigília, e que pode tomar forma visível, mesmo
palpável" (OLE, questão 95)..
Funções
1) Liga o espírito à matéria
(neste como em outros mundos) e a ele serve de instrumento para agir sobre o
plano fluídico ou o material.
2) Guarda o registro dos
efeitos de toda a ação do espírito.
3) Permite que os espíritos se
identifiquem e reconheçam uns aos outros, no plano espiritual.
4) É o molde, a fôrma do ser
corpóreo.
Perispírito e
encarnação
O Perispírito preexiste ao corpo físico.
Para o
espírito encarnar: um laço fluídico (que é uma
expansão do perispírito) se liga ao óvulo fecundado e vai presidindo à
multiplicação das células, uma a uma, dirigindo a formação do corpo. Quando
este se completa, está inteiramente ligado ao perispírito, "molécula a
molécula".
Observação
importante:
Do ponto de vista espírita, portanto,
desde a fecundação do óvulo, um espírito se ligou a ele e está trabalhando para
formar o corpo de que precisa para viver neste mundo e continuar sua evolução.
Sabendo disto, não provocar o aborto, para respeitar
o direito de viver do espírito reencarnante, que é um nosso irmão ante Deus.
O uso de anticoncepcionais é preferível ao aborto,
mas não deve levar ao sexo irresponsável. O sexo serve à procriação e à permuta
(troca) de energias entre homem e mulher. Não deve ser reduzido a mero
instrumento de sensações prazerosas, nem deve ser exercitado excessivamente ou
promiscuamente, mas sempre com equilíbrio e responsabilidade moral.
Quem ignora as implicações espirituais do aborto e o
praticou, ou induziu à sua prática, ou de alguma forma a ajudou, procure
compensar o mal feito da maneira que estiver ao seu alcance: favorecer o
nascimento que antes impediu, ajudar gestantes carentes a terem seus filhos,
amparar recém-nascidos, alertar e orientar quem estiver querendo praticar o
aborto para que não o faça etc.
Durante a
encarnação:
o perispírito serve de intermediário entre o espírito e a matéria, transmitindo
ao espírito as impressões dos sentidos físicos e comunicando ao corpo as
vontades do espírito.
Ao
desencarnar:
quando o corpo morre, o perispírito dele se desprende e continua a servir ao
espírito, como seu corpo fluídico que é e como seu intermediário para com o
plano espiritual ou material. Preexistia ao corpo e a ele sobrevive.
Sobrevivendo ao corpo, o perispírito vem a provar a
imortalidade do espírito. É ele (e não o espírito em si) que vemos nas
aparições e visões; e é ele que serve de instrumento para as manifestações do
espírito aos nossos sentidos.
Geralmente, a aparência que o perispírito guarda é a
da última encarnação; ela poderá ser modificada (se o espírito quiser e souber
como fazer isso), porque a substância sutil do perispírito é maleável e
plasmável.
Apresenta-se
com o vestuário, os sinais exteriores - enfermidades, cicatrizes, membros
amputados, etc. - que tinha então. Um decapitado se apresentará sem a cabeça.
Não quer isso dizer que haja conservado essas aparências, como Espírito, ele
não é coxo, nem maneta, nem zarolho, nem decapitado; o que se dá é que,
retrocedendo o seu "pensamento" à época em que tinha tais defeitos,
seu perispírito lhes toma instantaneamente as aparências, que deixam de existir
logo que o mesmo pensamento cessa de agir naquele sentido. O Espírito cria
fluidicamente os objetos que ele esteja habituado a usar. Um avarento manuseará
ouro, um militar trará suas armas e seu uniforme, um fumante o seu cachimbo,
etc. Os objetos são tão reais, como o eram, no estado material, para o homem
vivo; mas, pela razão de serem criações do pensamento, a existência deles é tão
fugitiva quanto a deste. (AG, cap. XIV, item 14)
Sua evolução
O perispírito acompanha o espírito sempre, em todas
as etapas de sua evolução.
Vai se tornando mais etérea, à medida que o espírito
se aperfeiçoa e eleva. Nos espíritos puros, já se tornou tão etéreo que, para
os nossos sentidos, é como se não existisse.
A contextura do perispírito não é idêntica para
todos os espíritos, ainda que sejam de um mesmo mundo. Isso porque a camada
fluídica que envolve um mundo não é homogênea (toda igual) e o espírito, ao
formar seu perispírito, dela atrairá os fluidos mais ou menos etéreos, sutis,
segundo suas possibilidades.
Espíritos inferiores tem perispírito mais grosseiro
e, por isso, ficam imantados ao mundo que habitam, sem se poderem alçar planos
mais evoluídos. Alguns chegam a confundir seu perispírito (de tão grosseiro que
é) com o corpo material e podem experimentar sensações comparáveis às de frio,
calor, fome, etc.
Os espíritos superiores, ao contrário, podem
livremente ir a outros mundos, fazendo as necessárias mutações em seu
perispírito, para adaptá-lo ao tipo fluídico do mundo aonde vão.
ALTERAÇÕES TRANSITÓRIAS
DA FORMA
Uma das características da matéria espiritual é o
fato dela ser muito dócil à ação plasmatizante do pensamento. Ela sofre a ação
do pensamento e se modela de acordo com as sugestões do mesmo. Isto nos permite
compreender uma série de fenômenos do plano espiritual. Um deles é o fato de
que, estando o espírito condicionado que está doente, enfiridado ou aleijado, plasma
em seu organismo, por mecanismos de auto-sugestões mentais, os sinais das
moléstias que acredita possuir, enferidando-se ou provocando aleijões. No
entanto, basta se libertar dos condicionamentos para que o organismo espiritual
volte a se apresentar totalmente saudável.
Estas sugestões podem também chegar ao espírito por
via indireta, através de forte sugestão mental vinda de um outro espírito.
André Luiz, espírito que nos escreve através da mediunidade psicográfica de
Chico Xavier, conta em seu livro Libertação como uma mulher no plano
espiritual, após sofrer fortes sugestões mentais hipnóticas de um outro
espírito de que era uma loba, acabou por acatá-las, incorporando-as ao seu
perispírito, cuja matéria espiritual se modelou de acordo com as sugestões.
Gradativamente, as expressões fisionômicas dessa senhora foram se modificando
até tomar a forma de uma loba.
Estes fenômenos de transformação fisionômica do
espírito por sugestões hipnóticas é conhecido como "licantropia". No
entanto, é preciso que se esclareça que esta é uma alteração provisória e não
definitiva, pois quando cessam as sugestões hipnóticas, imediatamente o
indivíduo recupera sua fisionomia humana. Portanto, não se trata de um
retrocesso evolutivo, o que nunca acontece, conforme nos esclarece a doutrina
espírita.
PERCEPÇÕES E
SENSAÇÕES
No corpo físico, a percepção do mundo exterior é
feita através dos órgãos dos sentidos. Exceto o fato que nos permite perceber o
meio que nos cerca através de todo o nosso organismo, nós só podemos ouvir
pelos nossos ouvidos, ver pelos olhos, degustar pelo paladar e sentir os odores
pelo nosso olfato.
No entanto, no plano espiritual, pode-se perceber o
mundo espiritual através de todo o perispírito, isto é, pode-se ver, sentir,
ouvir, perceber odores e o gosto das substâncias por qualquer parte do
perispírito e não somente pelos órgãos dos sentidos.
Alguns fatos paranormais estudados por nossos
cientistas parecem apoiar estes conceitos. O dr. César Lombroso, famoso
metapsíquista italiano, trabalhou com sensitivas que apresentavam uma
sensibilidade exacerbada quando em estado hipnótico. Estas sensitivas, quando
em transe hipnótico, eram capazes de perceber odores e sons pelas mais variadas
localizações de seu corpo, eram, por exemplo, capazes de sentir odores pelos
pés, ouvirem pelos joelhos, etc.
Se formos explicar o fato pela teoria espírita, o
que ocorre é que no indivíduo em transe hipnótico, o perispírito se expande e
se exterioriza além dos limites corporais. Como a sensibilidade do perispírito
é global, a capacidade de penetrar o meio externo pode acontecer em qualquer
ponto do organismo. No entanto, quando o indivíduo sair do estado hipnótico, o
perispírito se recolhe aos limites do corpo físico e a percepção exterior volta
a ser feita apenas através dos sentidos físicos.
Outros fatos que também parecem cooperar para que se
acredite na sensibilidade global do perispírito são as experiências conscientes
de desdobramento. O sr. Monroe, de nacionalidade norte-americana, apresenta
esta interessante característica de se desdobrar conscientemente. Muitas dessas
experiências ele relata em seu livro Viagens Fora do Corpo.
Em uma dessas viagens, conta o sr. Monroe que andava
por um determinado local quando, sem que virasse a cabeça, teve a sensação de
ter visto um determinado objeto que estaria situado atrás dele. Ao voltar a
cabeça para trás, constatou a presença do objeto. Em inúmeras outras
experiências de desdobramento, percebeu que poderia ver sem os olhos, até tomar
consciência de que, estando desdobrado em seu perispírito, poderia ter uma
visão de 360° e não necessitaria dos olhos para ver. Ver pelos olhos era tão
somente um condicionamento que adquirira com seu corpo físico. Como já
conhecemos, a matéria que compõe o perispírito dos espíritos depende do grau
evolutivo do mesmo. Quanto mais evolutivo, maior é a capacidade do espírito de
atrair átomos mais sutis da matéria espiritual para formar seu perispírito.
Esses átomos mais sutis são de pouca densidade e muitas vezes emitem
luminosidade. Esta baixa densidade permite a esses espíritos sofrerem uma
atração gravitacional muito pequena do planeta onde se encontram, o que lhes
facilita a locomoção e permite a alguns deles a volitação, isto é, a capacidade
de voar. A luminosidade irradiada pelos átomos espirituais permite que esses
espíritos irradiem luz e até mesmo possam ser reconhecidos por seu espectro
luminoso.
FENÔMENOS MEDIÚNICOS
Todos os fenômenos mediúnicos acontecem graças às
propriedades do perispírito. Portanto, no perispírito se encontra a chave para
o conhecimento desses fenômenos.
O espírito não entra no médium. A comunicação é
sempre através do perispírito, que vai ceder campo ao desencarnado.
Para que aconteça o fenômeno mediúnico, é preciso
que o perispírito se expanda e se exteriorize para além do corpo físico. É o
que Kardec chama de "exteriorização do perispírito". Assim expandido,
o perispírito passa a exibir suas propriedades, apercebendo-se do meio
espiritual que o cerca. Se essa
percepção não impressionar nenhuma área específica do cérebro, o indivíduo
tem uma percepção geral do plano espiritual, que lhe chega à consciência
geralmente na forma de impressões emocionais, como de agrado ou desagrado. Quando estas impressões conseguem atingir
determinadas áreas cerebrais, elas podem ser específicas e o indivíduo pode
"ver" ou "ouvir" o mundo espiritual.
Os espíritos podem, por sua vontade (e isto também
está na dependência de suas aquisições evolutivas), condensar as moléculas de
seu perispírito até que as mesmas se aproximem das características das
moléculas da matéria física, o que permite que sejam vistos pelos médiuns
videntes.
A bicorporiedade
é a visualização do espírito de um indivíduo encarnado em desdobramento,
isto é, com seu perispírito afastado de seu corpo físico, poderá também sofrer
uma condensação de moléculas, que, se forem de grande intensidade, poderá
impressionar até os olhos físicos de qualquer criatura, dando a impressão de
que o indivíduo tem dois corpos, o que é vulgarmente conhecido como
"homens duplos".
O médium em
desdobramento pode deslocar seu perispírito apenas alguns
centímetros do corpo
físico denso ou se projetar a
grandes distâncias.
TRANSFIGURAÇÃO DO
PERISPÍRITO
Na transfiguração, o médium em transe mediúnico
sofre um apagamento de seus traços fisionômicos e aparece a fisionomia da
entidade comunicante.
O que parece ocorrer é que há uma exteriorização do
perispírito do médium além dos limites de seu corpo físico. Por mecanismos de
afinidades, ocorre uma sintonia do perispírito da entidade que deverá se
comunicar, formando-se uma atmosfera psíquica perispiritual comum entre o
médium e a entidade. Através desta atmosfera perispirítica comum, há uma
simbiose de pensamentos, sentimentos e sensações de ambos. Em seguida, as
moléculas do perispírito do médium sofrem uma condensação, formando uma névoa
brumosa em torno do médium, escondendo seus traços fisionômicos. Por mecanismos
telepáticos, o médium recebe as impressões fisionômicas da entidade comunicante
e o próprio psiquismo do médium impressiona seu perispírito com os traços
fisionômicos da entidade comunicante, dando a impressão de que a entidade
entrou no corpo do médium. Este tipo de fenômeno é bastante raro.
Allan Kardec cita um caso de transfiguração, no O
Livros dos Médiuns, que ocorreu entre os
anos de 1858 e 1859, nas cercanias de Saint-Étienne. Uma jovem de uns 15 anos
gozava da estranha faculdade de se transfigurar, ou seja, de tomar em dados
momentos todas as aparências de algumas pessoas mortas. A ilusão era tão completa
que se acreditava estar na presença da pessoa, tamanha a semelhança dos traços
do rosto, do olhar, da tonalidade da voz e até mesmo das expressões usuais na
linguagem. Esse fenômeno repetiu-se centenas de vezes, sem qualquer
interferência da vontade da jovem. Muitas vezes tomou a aparência de seu irmão,
falecido alguns anos antes, reproduzindo-lhe não somente o semblante, mas
também o porte e a corpulência.
O caso mais inusitado de que se tem notícia é o
fenômeno da transfiguração de Cristo no Monte Tabor.
"Contam-nos os evangelistas que , certa feita,
Cristo convidou 3 de seus discípulos (Pedro, João e Tiago) para orarem com ele
numa alta montanha, o Monte Tabor. Estando Cristo em oração, eis que o rosto
deste resplandece como o sol, suas vestes ficam alvas como a luz e, como esta,
surgiram Moisés e Elias a seu lado. . .
"
OS ÓRGÃOS DO
PERISPÍRITO
Pela simples observação do corpo físico, pode-se
deduzir que o perispírito também possui algo semelhante a órgãos, isto é,
conjuntos de moléculas cuja configuração especial é destinada à execução de
determinadas funções. Tais aglomerados moleculares, evidentemente, são
apropriados ao funcionamento na vida extrafísica, promovendo a captação e
assimilação de energias e fluidos necessários à sua manutenção, que se
processam de modo essencialmente diverso da vida física.
Por isso mesmo, os órgãos do perispírito não podem
ser iguais aos do corpo denso, mas determinam, pelas linhas de força que os
caracterizam, a conformação e distribuição funcional destes últimos, os quais
estão adaptados à execução e às funções específicas conforme a evolução
biológica. Os órgãos do perispírito podem ser lesados pela ação desordenada ou
maléfica da mente do ser.
O gênero de vida de cada indivíduo carnal determina
a densidade do organismo perispirítico após a perda do corpo denso. O mundo
espiritual guarda íntima ligação com o progresso moral que realizamos. À medida
que crescemos moralmente, nosso perispírito vai ficando gradativamente mais
leve e, assim, podemos nos movimentar em planos mais sutis.
PSICOPATOLOGIAS DO
PERISPÍRITO
O homem selvagem emprega a força e a astúcia para
dominar os seres inferiores e a natureza à sua volta, mas não tem preparo algum
para enfrentar o grande desconhecido que se descortina para ele após a morte
física.
Assim, depois do óbito, permanece tímido ao pé dos
seus, em cuja companhia passa a viver em outras condições vibratórias e em
processos variados de simbiose, ansioso por voltar à existência corpórea.
Mantém-se, assim, vinculado à choça, aos seus e "não tem outro pensamento
senão voltar ao convívio revitalizante daqueles que lhe usam a linguagem e lhe
comungam os interesses."
O espírito do selvagem perde os órgãos do corpo
espiritual, que se lhe atrofiam por falta de função. Isso porque se estabelece
em seu íntimo o monoideísmo, a idéia
fixa de voltar para a carne, cujo desejo eclipsa (encobre, oculta) todas as
demais.
Dá-se o que André Luiz chama de "monoideísmo auto-hipnotizante", provocado por um
pensamento fixo-depressivo nascido de sua inadaptação ao mundo extrafísico. Por
esse processo, o desencarnado perde seu corpo espiritual, transformando-se em
ovóide, forma pela qual expressa seu corpo mental.
As disfunções
e o monoideísmo
No monoideísmo, o núcleo da
visão profunda, localizado no centro coronário, sofre disfunção específica, na
qual o espírito contemplará tão somente os quadros terríficos relacionados com
as culpas contraídas, deixando de observar tudo o mais.
Vejamos o caso de Leonardo Pires, (citado por André
Luiz no livro Entre a Terra e o Céu), desencarnado há 20 anos e que vive agora
na casa da neta, Antonina. Apresenta-se como um velhinho, de acordo com seus
últimos dias terrestres. A mente dele, porém, está fixada nos lances da última
existência, com recordações que o obcecam.
Quando jovem, foi empregado do marechal Guilherme
Xavier de Souza e hoje conserva a mente detida num crime de envenenamento que
cometeu quando integrava as forças brasileiras acampadas em Piraju, no
Paraguai. Enciumado, sentindo-se preterido (colocado de lado) pela mulher
leviana com a qual se relacionava, por causa de um colega de farda, Leonardo
idealizou o crime e o executou, utilizando vinho envenenado. Como as tropas
deveriam seguir rumo ao Paraguai, o caso foi encerrado sem maiores
investigações. Leonardo seguiu em frente, convivendo por algum tempo com a
mulher que fôra pivô do crime, mas se casou ao regressar para o Brasil.
No leito de morte, reconheceu que a lembrança do
referido crime castigava seu mundo íntimo, centralizando todos os episódios apenas
nesse. No além, o monoideísmo persistiu. Com olhar de louco, segue a única
imagem que se vitaliza a cada dia em sua memória, ao influxo da própria
consciência que se considera culpada.
Como ensinaram os espíritos reveladores a Allan
Kardec na questão 621 de O Livro dos Espíritos, "a lei de Deus está
inscrita na consciência". E ninguém pode ludibriá-la impunemente.
Parasitas
Ovóides
Há espíritos que perdem a forma humana de
apresentação de seu perispírito, surgindo como esferas ovóides. "Pela
densidade da mente, saturada de impulsos inferiores, não conseguem se elevar e
gravitam ao redor das paixões absorventes que, por muitos anos, elegeram como
centro de interesses fundamentais" (Libertação, de André Luiz).
Inúmeros desencarnados, empolgados pela idéia de
fazerem justiça com as próprias mãos ou apegados a vícios aviltantes
(humilhantes), por repetirem infinitamente essas imagens degradantes, acabam em
deplorável fixação monoideística, fora das noções de espaço e tempo, sofrendo
enormes transformações na morfologia do psicossoma. Por falta de função, os
órgãos psicossomáticos ficam retraídos e surge a forma ovóide. Atingida esta
forma, permanecem colados àqueles que foram seus sócios nos crimes, obedecendo
à orientação das inteligências que os entrelaçam na rede do mal. Por isso,
servem às empreitadas infelizes nos processos de obsessão.
Nas regiões inferiores, onde André Luiz esteve em
missão de paz na companhia do instrutor Gúbio e que estão descritas no
extraordinário livro Libertação, um grande número de entidades transportavam
essas esferas como se estivesses imantadas às suas próprias irradiações.
O médico desencarnado explicou que esses ovóides são
pouco maiores que um crânio humano, variando muito nas particularidades, alguns
denunciam movimento próprio, como se fossem grandes amebas, outros parecem em
repouso, aparentemente inertes, ligados ao halo vital de outras entidades. Qual
a situação psíquica desses ovóides? A maioria deles dorme em estranhos
pesadelos, incapazes de exteriorizações maiores.
Deformações do
Corpo Espiritual
Ao lado de espíritos que já conquistaram belas
vestes de apresentação, encontramos outros cujos psicossomas revestem-se de
verdadeiras deformidades. No livro Libertação, André Luiz teve oportunidade de
constatar, de forma inesperada, um caso com essas alterações.
A senhora de um médico revelava extremo cuidado com
a aparência externa, apresentando-se sempre muito bem penteada e maquiada.
Entretanto, o médico desencarnado teve oportunidade de vê-la como autêntica
bruxa, igual àquelas dos contos infantis, quando, pela ação do sono, seu
perispírito se desprendeu do corpo físico. Realmente as aparências enganam!
Em Evolução em Dois Mundos , André
Luiz utiliza a nomenclatura corrente no mundo espiritual para designar as
diversas alterações do psicossoma conseqüentes de patologias mentais
diferentes. "Adinamia"
seria a queda mental no remorso e "hiperdinamia",
a patologia conseqüente dos delírios da imaginação, provocando hipo ou
hipertensão no movimento circulatório das forças que o mantêm. Utiliza também a
denominação "miopraxia do centro genésico atonizado" para designar a
patalogia do organismo sutil no caso do aborto provocado, que seria a arritmia
do chacra responsável pela organização das energias sexuais.
Em Ação e Reação, nos trabalhos de socorro da Mansão
Paz, estabelecimento situado nas regiões inferiores, foi recolhido um
desencarnado cujo rosto era disforme, todos os traços se confundiam como se
fosse uma esfera estranha e, além disso, braços e pernas eram hipertrofiados,
enormes. Depois de consultá-lo, o instrutor Druso afirmou que o desencarnado em
questão encontrava-se sob terrível hipnose, tendo sido conduzido a essa posição
por adversários temíveis, que, para torturá-lo, fixaram sua mente em alguma
penosa recordação. Era Antonio Olímpio, o fazendeiro que assassinara os dois
irmãos e cujo crime passou despercebido da justiça humana. Sua história está
também no estudo da fixação mental.
Em Libertação, porém, os relatos reportam-se a zonas
muitíssimo inferiores, as regiões infernais. Lá estão presentes a velhice, a
moléstia, o desencanto, o aleijão, as deformidades de toda a sorte e os
ovóides. O perispírito de todos os habitantes dessas regiões é opaco como o
corpo físico e pode sofrer ainda alterações mais profundas, deixando sua forma
humana para se apresentar como a de um animal. É o fenômeno conhecido
genericamente como "zoantropia",
mas que tem na "licantropia" (transformação
em lobo) o processo mais conhecido.
Nas regiões inferiores, uma mulher é julgada por um
tribunal constituído de entidades inteligentes e perversas, caso citado no
livro Libertação. Diante dos juizes, confessou que matou 4 filhinhos e
contratou o assassinato do próprio marido, entregando-se depois às
"bebidas de prazer", mas nunca pôde fugir da própria consciência.
Através de um olhar temível, o juiz a sentenciou, dizendo que ela não passava
de uma loba. A mulher desencarnada passou a se modificar paulatinamente diante
da sentença repetida várias vezes, chegando ao resultado final da licantropia.
Segundo explicações espirituais, ela não passaria por essa humilhação se não a
merecesse. No entanto, a renovação mental depende única e exclusivamente dela.
Deus mantém a senda redentora sempre aberta a seus filhos.
Tornou-se clássica na literatura espiritualista o
caso de Nabucodonosor, rei cruel e despótico que viveu se sentindo como animal
durante sete anos. Diz a Bíblia (Dn 4:33) que "o seu corpo foi molhado de
orvalho do céu, até lhe cresceu pêlo como as penas da águia e suas unhas como
as das aves."
O perispírito
retrata nosso estado mental, pois a
matéria espiritual que está
agregada ao corpo
espiritual
depende do grau de desenvolvimento moral
e espiritual do
espírito.
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