No Cristianismo Primitivo não
existia igreja. Os cristãos primitivos se reuniam nas catacumbas. Escondiam-se
porque era proibido ser cristão. Eles se reuniam para se ajudarem por muito se
amarem. Um cuidava da dificuldade do outro. Não importava se era física,
psíquica ou social. Então, as reuniões eram uma espécie de depoimento. As
pessoas falavam de si. Os anciãos, que teoricamente, diziam ter mais experiência,
eram que depois dessas conversas os que orientavam. Na época chamavam de “apadrinhamento”.
Porém, nem sempre o ancião era um idoso. Era a pessoa mais experiente naquele
assunto. Mais tarde, 300 anos depois de Cristo, o penúltimo imperador de Roma,
o Constantino, resolveu institucionalizar a maneira dos cristãos se reunirem
para poder controlar uma doutrina que estava quebrando as pernas do Império Romano.
Quebrando por quê? Porque, ninguém conseguia mais manipular os cristãos pelo medo e pela
culpa como faziam os romanos. Naquela época era tão comum morrer, porque
matavam pessoas como matava frango para comer. Os cristãos eram constantemente perseguidos e
mortos. Para eles, morrer era uma honra. Eles eram levados aos circos
dos leões para temer o Governo, mas eles iam cantando hinos de louvor a Deus,
porque eles achavam que a vida deles estava sendo útil. E isso incomodava os
romanos. Chegou de uma maneira tal que este tipo de postura, de doutrina ou de
visão de mundo começou a tomar um corpo político. Foi aí que nasceu a igreja chamada “IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA”.
Então, o Governo de Constantino deu templos pagãos para que os cristãos saíssem
das catacumbas e pudessem fazer seus cultos neles. Não haveria mais
perseguição. Mas, só tinha um porém, não era qualquer um que poderia ser anciões,
não era qualquer um que poderia fazer “apadrinhamento”. Tinha que pedir
permissão para o Estado. Aí o apadrinhamento virou “padre” e o aconselhamento
virou “confissão”. Era uma maneira de o Governo poder saber o que se passava na
cabeça do povo, principalmente dos líderes religiosos.
Pelo psiquiatra e psicoterapeuta
João Lourenço Navajas
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