Embora muitos sonhem com a igualdade social, segundo a visão reencarnacionista isso não é possível. Por que? Porque os homens “não são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos (trabalhadores)."
Na questão 814 do O livro dos espíritos Kardec perguntou: Por que Deus concedeu a uns a riqueza e o poder e a outros, a miséria?
Resposta dos espíritos: Para provar a cada um de uma maneira diferente. Aliás, vós o sabeis essas provas são escolhidas pelos próprios Espíritos, que muitas vezes sucumbem ao realizá-las.
Mas, se conseguíssemos dividir a riqueza do mundo em partes iguais, caberia uma parte mínima e insuficiente para cada um. E se todos recebessem esta parcela mínima, não haveria uma pessoa que tivesse dinheiro suficiente para financiar o progresso científico; nós nos acomodaríamos e não nos esforçaríamos a buscar novas descobertas. Por que tanto esforço, estudo, pesquisa, se ganharíamos todos a mesma coisa? Se fosse o contrário, se todos ficássemos ricos, onde haveria tanto dinheiro para todos? Quem seria empregado de quem? Ninguém, pois todos iriam querer ser patrões. Ninguém iria querer trabalhar na lavoura, na produção de uma fábrica, etc. Onde encontraríamos mercadoria para comprar, se não tem quem produza? Quando esta divisão é feita pelo Governo, não há Justiça, pois os governantes vivem bem e o povo sofre com a falta de alguma coisa. A riqueza e a pobreza são testes que Deus nos impõe. Ora nascemos ricos, ora pobres. Há ricos que não usam sua riqueza para ajudar seu próximo, que não se satisfaz com o que tem e quer mais ou usa seu dinheiro para fazer maldade ao próximo ou para si mesmo (jogos, bebidas, etc.). E muitas vezes buscam a riqueza prejudicando o próximo, lesando a lei dos homens e a de Deus. Como disse Jesus: “De que vale ganhar o mundo e perder sua alma.”
Há pobres que não se conformam com a pobreza e tentam buscar a riqueza, lesando o próximo, transgredindo, assim, a lei dos homens e a de Deus, como: roubando, assaltando, vendendo drogas, dando golpes, etc. Quem age assim esquece que quando lesamos o próximo, somos o primeiro a ser lesado. Há os que buscam a fuga da pobreza, através do suicídio direto (tiro, envenenamento, se jogar na frente do carro, etc.), e do suicídio indireto e lento (as drogas, como: maconha, cocaína, bebidas alcoólicas, etc.) que complicam ainda mais a situação. Outros se acomodam a reclamar e viver da ajuda que ganham de instituições e Governo, daí não se esforçam para melhorar de vida. Por pior q seja a escola, ela está lá com seus professores, basta ter vontade de estudar e de mudar de vida. Mas como disseram os Espiritos: "..nem todos são laboriosos e ativos."
Muitos de nós já foi rico, e talvez não tenhamos feito bom uso da riqueza. E para não nos prejudicarmos novamente nesta encarnação, Deus nos mandou pobres, e vice-versa.
Muitos de nós, talvez tenha pedido para vir pobre, como prova. E ao reencarnar, nos esquecemos, daí nos revoltamos.
Portanto, se olharmos somente para esta vida, diríamos que Deus é injusto. Mas, o Espiritismo, nos esclarece que este planeta é um planeta de felicidade incompleta, onde muitos buscam a felicidade completa nesta vida e lesando o próximo. Plantando assim, a sua infelicidade futura. E para muitos a felicidade está em ter riqueza. Se fosse assim, os ricos não teriam problemas. Como a felicidade neste planeta não é completa, aqui todos choram, do magnata ao miserável.
Não podemos esquecer que a colônia Nosso Lar dá trabalho a mais de 100 mil criaturas, que se regeneram e se iluminam ao mesmo tempo. A colônia possui programas de trabalho numeroso para que todos possam se integrar a ele, independente da profissão que tiveram na Terra. Os habitantes da colônia recebem provisões de pão e roupa, no que se refere ao necessário; mas os que se esforçam para obter o BÔNUS HORA conseguem certas prerrogativas na comunidade social. O ocioso vestirá, sem dúvida; mas o operário dedicado vestirá o que melhor lhe pareça. Bônus Hora não é exatamente uma moeda, mas uma ficha de serviço individual com valor aquisitivo. Quem acumula o BÔNUS HORA pode adquirir uma casa ou roupas. Poderá trocar por oportunidades nos lugares consagrados ao entretenimento. Poderá frequentar escolas nos Ministérios. Portanto, todos tem, mas tem mais quem trabalha mais.
Observemos estes exemplos:
Exemplo 1: No livro Memórias de um suicida, o espírito Jerônimo, que se matou com um tiro no ouvido porque sua empresa faliu, deixando esposa e filhos em situação difícil, reencarnou em família rica, com o propósito de não formar família, montar uma instituição para crianças órfãs, e ir à ruína financeira novamente, para ter que lutar com coragem, ou seja, seria um teste para ver se ele não cometeria suicídio novamente.
Exemplo 2: J. Raul Teixeira conta em uma de suas palestras que um dia quando estava indo almoçar viu uma mulher revirando lixo e separando alimento. Ele ficou com pena e seu mentor apareceu e contou que na vida passada ela foi um famoso político brasileiro, ainda hoje muito conceituado, e que por ter prejudicado tanto o povo, tinha reencarnado numa condição miserável, devido ao mecanismo do complexo de culpa que fez, após a morte do corpo de carne, no mundo espiritual (onde não conseguimos esconder nada, nem de nós, nem dos outros), voltando numa condição miserável para aprender a valorizar aquilo que ele tanto desprezara na vida anterior: as dificuldades financeiras do próximo.
Exemplo 3: Disse Emmanuel através da psicografia de Chico Xavier no livro Na Era do Espírito: “. . . Muitas vezes, sonhamos para nossos filhos, no Mundo, invejável destaque na profissões liberais com primorosas titulações acadêmicas, mas é provável hajam renascido conosco para serviços de gleba (terra, solo), aspirando a adquirir duros calos nas mãos a fim de se realizarem na elevação que demandam.
Então, riqueza e pobreza são testes que nos ensinam, de encarnação a encarnação, a lidar com uma e com outra situação fazendo com que nos coloquemos no lugar do outro. O problema não é, por exemplo, a ditadura, o comunismo, a democracia, etc., é quem toma conta de qualquer uma delas. A fonte de todo mal está no egoísmo, no orgulho e na ganância das pessoas. Muitos querem acumular e buscam ter bens materiais como se fosse seu, quando na verdade é empréstimo de Deus. Se fosse nosso levaríamos após a desencarnação. No entanto, só levamos o que acumulamos na alma. Quando nossas atitudes forem equilibradas e baseadas na lei de amor e caridade, os abusos de todas espécies cessarão por si mesmo. A pobreza não pode ser erradicada, mas pode ser amenizada com a ajuda dos que tem mais. Muitos sentem "pena ou dó" de quem tem uma vida miserável, mas não sai da sua zona de conforto para buscar quem sofre para doar algo a alguém ou ajudar a uma instituição que faça isso por ela. Não esperemos apenas do Governo, façamos a nossa parte. Como disse Emmanuel: "Não te digas incapaz, nem te digas inútil. Auxilie como puderes." Todos podem doar ou se doar para ajudar alguém ou uma instituição. Nossa negligência pode estar prejudicando alguém. Irmã Dulce disse: "Não se vai acabar com a pobreza; Deus instituiu pobres e ricos. Porém, a gente deve empregar todos os esforços possíveis para melhorar a situação." Como disse Chico Xavier: ''Se todos trabalhassem pelo pão de cada dia, dividindo com os outros as migalhas que lhes sobrassem do pão cotidiano, a paz seria uma realidade e a justiça social se faria sem tantas lutas''. Como disse Kardec: "seremos cobrados não só pelo que fizemos, mas também pelo que deixamos de fazer." Pensemos nisso e façamos nossa parte.
Texto da Rudymara
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