O QUE É POLIGAMIA?
Poligamia - palavra de origem
grega que significa união conjugal de uma pessoa com várias outras, vivendo,
simultaneamente, sob o mesmo teto. É um costume socialmente aceito em
determinados países, cujas leis e religiões permitem esse tipo de união. No
decorrer da história, a poligamia foi amplamente usada, tendo como principal
causa a grande diferença numérica entre homens e mulheres ocasionada pelas
guerras.
POLIGAMIA NO ANTIGO TESTAMENTO
O Velho Testamento fala de um
personagem como Jacó, que teve duas mulheres e treze filhos. Essa prole viria a
dar origem às doze tribos de Israel. Quase todos os que consideramos os
"ícones intocáveis", do Antigo Testamento, foram polígamos. Abraão,
conhecido como o "pai da fé", teve um filho da escrava Agar, fato que
ficou registrado devido ao problema da esterilidade da sua esposa. Moisés teve
duas mulheres, David teve oito, mas o campeão neste assunto foi o rei Salomão
com as suas setecentas mulheres e trezentas concubinas. É óbvio que a Bíblia se
limita a consignar somente os casos que tiveram implicações na história de
Israel, e a maior parte dos casos não foi registrada nos textos.
POLIGAMIA NO NOVO TESTAMENTO
Paulo de Tarso não aceitava a
poligamia e sobre isso atentemos para o que escreveu a Timóteo: "Convém, pois que o bispo seja
irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante sóbrio." e, mais adiante, o Convertido de
"Damasco" redigiu a Tito, o seguinte: "Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha
filhos fiéis (...)". “Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher e cada uma tenha o seu próprio marido” (1 Co 7.2).
POLIGAMIA NOS DIAS ATUAIS
Nos dias atuais, o sensualismo
e a libertinagem são recordações da poligamia dos tempos primitivos, mudando,
apenas, a forma do cenário. Destarte, concebemos por poligamia o relacionamento
sexual da pessoa (solteira ou casada), homem ou mulher, no afã de prazeres
sexuais irresponsáveis, com variação de parceiro ou parceira.
Em verdade, não somente a
juventude mergulha nos "subterrâneos do mundo livre" das relações
sexuais, mas muitos adultos também estão vivendo o primitivismo da poligamia,
quando resvalam para a prática das relações extraconjugais.
POLIGAMIA NA VISÃO ESPÍRITA
Dizem os Espíritos na obra
básica da Codificação: "na
poligamia, não há afeição real: há apenas sensualidade." A rigor, segundo a Lei de Deus, ao danificarmos
o altar interior do parceiro(a) saibamos que estamos destroçando a nós mesmos,
através da consciência culpada.
Nós espíritas respeitamos
outras crenças e religiões, mas concebemos que o "instinto sexual (...) a desvairar-se na poligamia, traça, para
cada um, largo roteiro de aprendizagem a que não escaparemos pela matemática do
destino que nós mesmos criamos".
- André Luiz.
A poligamia é uma lei humana,
cuja abolição marca um progresso social, segundo o Espiritismo, e o casamento,
segundo as vistas de Deus, deve fundar-se na afeição dos seres que se unem. "Na
poligamia não há verdadeira afeição, não há mais do que sensualidade. Se a
poligamia estivesse de acordo com a lei natural deveria ser universal, o que,
entretanto, seria materialmente impossível, em virtude da igualdade numérica
dos sexos. A poligamia deve ser considerada como um uso ou uma legislação
particular, apropriada a certos costumes e que o aperfeiçoamento social fará
desaparecer pouco a pouco." – Allan Kardec
Até porque, através da poligamia, o espírito
assinala, a si próprio, longa marcha em existências e mais existências
sucessivas de reparação e aprendizagem, em cujo transcurso adquire a necessária
disciplina do seu mundo emotivo.
Na busca incessante das
sensações inferiores, as criaturas desinteressam-se pelos valores do
sentimento, os quais são os únicos que poderão formar uma união ideal, que
trará a paz, a alegria e a segurança relativas para a dupla de corações, que
assinalam a vitória sobre as paixões passageiras.
À medida que a individualidade
evolui, passa a compreender que a energia sexual "envolve o impositivo de discernimento e responsabilidade em sua
aplicação, e que, por isso mesmo, deve estar controlada por valores morais que
lhe garantam o emprego digno, seja na criação de formas físicas, asseguradora
da família, ou na criação de obras beneméritas da sensibilidade e da cultura
para a reprodução e extensão do progresso e da experiência, da beleza e do
amor, na evolução e burilamento da vida no Planeta." - Kardec
A monogamia é o clima
espontâneo do ser humano, de vez que "dentro
dela realiza, naturalmente, com a alma eleita de suas aspirações a união ideal
do raciocínio e do sentimento, com a perfeita associação dos recursos ativos e
passivos, na constituição do binário de forças, capaz de criar não apenas
formas físicas, para a encarnação de outras almas na Terra, mas também as
grandes obras do coração e da inteligência, suscitando a extensão da beleza e
do amor, da sabedoria e da glória espiritual que vertem, constantes, da Criação
Divina." – André Luiz
Portanto, a ordem natural e
inerente à espécie humana é, incontestavelmente, a monogamia, visto que, tendo
por base a união constante dos cônjuges, permite que se estabeleça entre ambos
uma estreita solidariedade, não só nas horas de regozijo como nos momentos
difíceis e dolorosos.
Em suma, o casamento monogâmico é o instituto que melhor satisfaz aos planos do Criador, no que tange a preparar a família para uma convivência pacífica, alegre e fraterna, estados esses que hão de estender-se, no porvir, a toda prole mundial.
Em suma, o casamento monogâmico é o instituto que melhor satisfaz aos planos do Criador, no que tange a preparar a família para uma convivência pacífica, alegre e fraterna, estados esses que hão de estender-se, no porvir, a toda prole mundial.
Texto de Jorge Hessen e adaptação de Rudymara
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