No livro "Ação e Reação" o espírito André
Luiz narra, através da mediunidade de Chico Xavier, um acidente de avião onde
14 pessoas desencarnaram. O mentor chamado Druso esclareceu que o socorro só
seria possível para 6, porque apesar do
acidente ter sido igual para todos, a morte é diferente para cada um.
Naquele momento seriam retirados da carne somente aqueles cuja vida interior (consciência tranquila) lhes concedia a imediata libertação. Quanto aos outros, cuja situação presente não lhes
favorecia o afastamento rápido da armadura física, permaneceriam ligados, por
mais tempo, aos despojos que lhes diziam respeito. A quantidade de dias que
ficariam ali dependeria do grau de animalização dos fluidos que lhes retêm o
Espírito à atividade corpórea. Alguns seriam detidos por algumas horas, outros,
talvez, por longos dias . . . Corpo inerte nem sempre significa libertação da
alma. O gênero de vida que alimentamos no estágio físico (quando estamos encarnados) dita as verdadeiras
condições de nossa morte. Quanto mais mergulharmos nas correntes de baixas
ilusões, mais tempo gastamos para esgotar as energias vitais que nos aprisionam
à matéria pesada e primitiva de que se nos constitui a instrumentação
fisiológica, demorando-nos nas criações mentais inferiores a que nos ajustamos,
nelas encontramos combustível para dilatados enganos nas sombras do campo
carnal, propriamente considerado. E quanto mais nos submetamos às disciplinas
do espírito, que nos aconselham equilíbrio e sublimação, mais amplas
facilidades conquistaremos para a libertação da carne em quaisquer emergências
de que não possamos fugir por força dos débitos contraídos perante a Lei. Assim
é que "morte física" não é o mesmo que "emancipação
espiritual". Isso, no entanto, não quer dizer que os demais companheiros
acidentados estarão sem assistência, embora coagidos a temporária detenção nos
próprios restos. De modo algum, ninguém fica desamparado. O amor infinito de
Deus abrange o Universo. Os irmãos que se demoram enredados em mais baixo teor
de experiência física compreenderão, gradativamente, o socorro que se mostram
capazes de receber. Todavia, na hipótese de serem surdos ao bem, é possível que
se rendam às sugestões do mal (entidades de inteligência perversa), a fim de
que, pelos tormentos, é preciso considerar que a tentação é sempre uma sombra a
atormentar-nos a vida, de dentro para fora. A junção de nossas almas com os
poderes infernais verifica-se em relação com o inferno que já trazemos dentro
de nós.
Observação de Rudymara: Todos nós, um dia, desencarnaremos, mas não morreremos, porque quem morre é o corpo físico, mas a Espírito é imortal. E é este que irá responder por suas transgressões. A colheita é resultado do plantio de nossas ações: nesta vida, após a morte do corpo físico e na próxima encarnação. O rico avarento, da parábola "O rico e Lázaro", sofreu muito após a desencarnação. Por isso, rogou que Abraão mandasse alguém avisar seus 5 irmãos (encarnados) do sofrimento dele, para que eles não sofressem também. Mas Abraão disse: "Eles têm Moisés e os Profetas: ouçam-nos."
O mesmo acontece conosco. Nós temos Jesus, os ensinamentos dele estão aí, nós sabemos o que temos que fazer ou seguir, enquanto estamos encarnados, mas estamos sempre adiando vivenciá-los. Quando chegarmos ao plano espiritual e, se for o caso, de nos depararmos com o sofrimento, não poderemos dizer que "não sabíamos" ou que gostaríamos de avisar os que aqui ficaram. Então, façamos o melhor que pudermos, para chegarmos ao plano espiritual em condição mais feliz e tranquila.
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