Infelizmente, INTOLERÂNCIA é a palavra do momento.
Essa semana li uma notícia que me deixou pensativa: "Traficantes evangélicos obrigam mãe de santo a destruir seu próprio terreiro no Rio de Janeiro." Eles entraram armados na hora da sessão religiosa de um Candomblé. Eles urinaram nas imagens e dizendo que eles não permitiriam “bruxaria” naquela comunidade. Diziam eles: “Quebra tudo! Quebra tudo! Apaga as velas, porque o sangue de Jesus tem poder. Arrebenta as guias todas. Todo mal tem que ser desfeito, em nome de Jesus! Quebra tudo porque a senhora é o demônio-chefe. É a senhora que patrocina essa cachorrada (...) é só uma conversa que eu estou tendo com vocês, na próxima vez eu mato!”
Vamos analisar pela visão espírita esse fato lamentável? Primeira coisa que observamos é que uma pessoa que se intitula “evangélica” deveria seguir os ensinamentos do evangelho. E em parte alguma dos ensinamentos do Cristo ele pediu ou ensinou a ser intolerante com quem quer que seja. Sua doutrina é de amor e paz. Jesus sabia a falha moral de cada um que conviveu com ele, mas não discriminou ninguém. Comeu na casa de um explorador do povo, defendeu uma prostituta, escolheu 12 apóstolos para Lhe acompanhar e dar continuidade aos seus ensinamentos, sabendo que cada um deles tinha seus defeitos, pediu que Deus perdoasse aqueles que o crucificaram e não obrigou ninguém a seguí-Lo ou aceitá-Lo. Se Ele estivesse entre nós, será que ele subiria o morro e quebraria as “biqueiras” dos traficantes e gritaria: “Vou quebrar tudo, destruir essas drogas do demônio que estão matando meus irmãos, fazendo desordem na sociedade, desfazendo famílias, insuflando violência. E os senhores “traficantes” são os demônios-chefes. Vocês patrocinam tudo isso. Dessa vez passa, mas da próxima eu mato!” Ou então, entrasse nas casas evangélicas e gritasse: “Vou quebrar tudo! Vocês estão vendendo meus ensinamentos para enriquecer. Vocês são os vendilhões do templo do século XXI.” O que será que aconteceria com Jesus? Nós já podemos imaginar, não é? O crucificariam novamente. Mas, a recomendação Dele é sempre de amor: "retribua o mal com o bem", "amai o vosso inimigo", “faça ao teu próximo o que gostaria que teu próximo fizesse a você.” Portanto, o que os “traficantes evangélicos” e todos os fanáticos e intolerantes religiosos deveriam lembrar é que todos temos telhado de vidro, ou seja, todos temos falhas a corrigir. Quando apontamos erro na atitude dos outros, muitos outros estão apontando erro nas nossas atitudes. Uma boa religião ou religioso não separa, agride, ameaça de morte os filhos de um mesmo Pai. Sabemos que, nem todo evangélico ou pastor evangélico compactua com essa atitude, graças a Deus. Faz parte da interpretação que cada um faz dos textos evangélicos. Mas precisamos colocar o fato ocorrido para debatermos de maneira cristã, sem ódio, sem intolerância com quem ainda não entendeu o que o Cristo veio ensinar, para que possamos difundir o verdadeiro Cristianismo e, quem sabe, tocar o coração de alguém para que mude seu modo intolerante de agir. Oremos aos irmãos agressores, como recomendou o Cristo: "Orai pelos que vos perseguem." E oremos aos irmãos agredidos. E vamos finalizar lembrando a recomendação de Jesus: “Meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem.” (Jo 13:35). Pensemos nisso!
Rudymara
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