A RESPOSTA
O homem desesperado alcançou, um dia, a
presença do Cristo e clamou:
- Senhor, que fazer para sair do
labirinto da Terra? Tudo sombra... Maldade e indiferença, angústia e aflição
dominam as criaturas que, a meu ver, se debatem num mar de trevas... Senhor,
onde o caminho que me assegure a libertação?
Jesus afagou o infeliz e respondeu, generosamente:
- Filho, ninguém te impede de acender a
própria luz.
De: Emmanuel
O BRILHO DO
BEM
“Vós sois a luz do mundo. Não se pode
esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para
colocá-la debaixo do alqueire (uma espécie de vaso usado para medir líquidos ou
cereais), mas no velador (suporte colocado no alto), e ilumina todos os que se
encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que
vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos Céus.” ( Mateus, 5: 14-16).
O
Cristianismo, com seus valores morais elevados, com seu empenho pela construção
do Reino de Deus, com certeza se destacaria na História se, seus adeptos
seguissem estes valores elevados. Pois, Jesus compara seus seguidores à luz que
afasta as trevas. Da mesma forma que seria impossível deixar de ver uma cidade
construída (edificada) sobre a montanha. Se é dia, nota-se perfeitamente o
contorno de seus edifícios; se anoitece, suas luzes destacam-se.
Individualizando
a figura do cristão, Jesus oferece a sugestiva imagem da candeia.
Candeia é uma lamparina; alqueire é uma espécie de vaso usado para medir líquidos e cereais;
velador é um suporte colocado no
alto para segurar a lamparina.
Então,
ninguém acende uma candeia para colocá-la prisioneira sob o alqueire. A luz
deve estar no velador para que ilumine o ambiente.
O
mesmo acontece com o Evangelho. É a luz que ilumina, que dá significado à Vida
e a valoriza, mas, se procurarmos em suas lições apenas conforto e bem-estar
para nós, sem compreender seu apelo (pedido) maior, convocando-nos à
Fraternidade, então sua claridade ficará aprisionada no vaso do egoísmo e de
nada valerá, pois, apesar de detê-la, continuaremos na escuridão de nossas
falhas.
Ao
recomendar “brilhe a vossa luz diante
dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que
está nos Céus”, Jesus ensina que o luzir (brilho) do Evangelho em nós está
condicionado à prática do Bem. Por isso, o verdadeiro cristão é alguém cujo
comportamento é invariavelmente edificante; que estimula à virtude, cultivando
seus valores e que converte irresistivelmente ao Evangelho com a força do exemplo, seja no lar, na rua, no
trabalho, na escola, etc.
Exemplo:
Não “furar” a fila, onde haja muita gente (“não devemos fazer aos outros o que
não queremos que façam para nós”); não subornar o funcionário encarregado de
avaliar nossa reivindicação; não passar uma descompostura no atendente que nos
pareceu moroso ou desatento; não desfrutar de uma aventura extra-conjugal (não
adulterarás); não fazer uso de bebidas alcoólicas, drogas, etc.(não matarás),
não agir com desonestidade, mesmo quando a situação venha favorecer sem que
seja descoberto; não apropriar-se de patrimônio alheio; não deixar de manter a
ordem e a disciplina onde esteja, cumprindo regulamentos estabelecidos em
qualquer setor social; ser enérgico consigo mesmo e indulgente com os outros,
fazendo-se respeitar sem jamais ser temido; etc.
Obs.:
Quantas vezes vemos, dentro de casas religiosas, pessoas tratarem outras com
pouco ou nenhuma caridade e respeito, só porque trajam a “roupa de trabalhador
da casa.” Acham-se melhores e com autoridade autoritária. Longe de brilho do
Bem.
É
difícil ser cristão, não é? Pois, tudo isso é próprio da Terra, que é um
planeta onde a desonestidade é triunfante e as conveniências pessoais
prevalecem sobre a Moral. Porque os moradores ainda são maldosos e ignorantes. É
mais fácil escutarmos: “Caso-me na
igreja porque minha religião pede”, do que escutarmos: “Não adulterarei, porque a lei de Deus pede.”
É
mais fácil seguir os cultos, os rituais, impostos pela religião, achando que
estamos agradando a Deus, do que seguir o que Ele realmente espera de nós.
Então, para o religioso autêntico, a existência fica difícil, pois é chamado a
um comportamento que contraria as tendências da multidão, numa espécie de “remar contra a correnteza”, e o que é
pior, ele terá que lutar contra si mesmo, e eliminando os padrões de conduta da
sociedade em que vive.
“Quem tem ouvidos de ouvir, ouça” – dizia Jesus.
Richard
Simonetti
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