Divaldo responde:
1) Existe
estudos ou obras recentes no campo científico sobre a existência de Deus?
R: Em Nova York apareceu uma
obra literária perturbadora (As 7 provas científicas da existência de Deus)
firmada por um homem admirável, o dr. Cressey Morrison, que durante 40
anos foi diretor do Museu de História Natural de Nova York. Diante da
calamidade do ceticismo, que voltou a crescer na década de 60, ele resolveu
fazer a sua colaboração. Assim, o dr. Cressey Morrison afirmou, na sua postura
de acadêmico e homem de cultura, que acreditar em Deus não diminui a dignidade
da criatura humana. E que Deus já não é mais entidade mitológica, mas a única
fonte para explicar a realidade do Universo.
2)
Haverá, dentro da Ciência, evidências desta realidade?
R:
O dr.Morrison estabeleceu que facilmente se pode demonstrar a existência de
Deus. Ele se utiliza de uma experiência matemática, da chamada Lei das
Probabilidades, para demonstrar de uma forma muito simples a realidade de Deus.
Para realizarmos uma experiência de casualidade, por exemplo, ele propõe que
reunamos 10 moedas e as enumeremos, em ordem crescente, de 1 até 10. Se as
colocarmos no bolso, e tentarmos tirar a moeda número um, sem olhá-la, a nossa
probabilidade de êxito é de uma vez para 10 tentativas falsas. Se devolvermos a
moeda número um e tentarmos, de imediato, retirar a número 2, a nossa probabilidade de
êxito será de uma vez em 100. Se devolvermos a moeda número 2 e tentarmos
retirar a de número 3, a
nossa probabilidade será de êxito em mil possibilidades. E se repetirmos a
experiência, até retirarmos em ordem cronológica a moeda de número 10, a nossa probabilidade de
êxito será de uma vez em 10 bilhões de experiências fracassadas. Logo, se
analisarmos as condições da habitabilidade na Terra, veremos que alguém que
pensou sobre elas. Não foi o acaso que criou as condições de nosso habitat.
3)
Em outras palavras, o senhor
quer dizer que ocorreu um número muito grande de experiências bem sucedidas que
respondem pela existência da vida e que só são explicadas pela existência de
uma inteligência superior?
R:
Comecemos pelo movimento de rotação do sol, que é de cerca de 1.600 quilômetros horários.
Se, por acaso, este movimento fosse 10 vezes menor, o que eqüivale dizer de
160Km/h, a vida na Terra seria impossível. Os dias teriam 120 horas, assim como
as noites. E durante as 120 horas de calor, a vida seria totalmente destruída
pela excedência de luminosidade, pela ardência. E qualquer forma de vida que
sobrevivesse morreria nas 120 horas de trevas, portanto de frio. Logo, alguém
pensou sobre isso!
Se, por exemplo,
o sol não se encontrasse a 150 milhões de quilômetros de distância, digamos que
ele estivesse a 100 milhões, a vida seria impossível, porque os raios
caloríficos seriam tão terríveis que absorveriam todas as águas e a vida
desapareceria. Mas, se por acaso, o sol estivesse a 200 milhões de quilômetros
de distância, a vida também seria impossível por falta de calor suficiente. Se,
por acaso, a lua estivesse mais próxima da Terra, a vida seria totalmente
impossível, porque a pressão magnética sobre as águas ergueriam marés tão altas
que lavariam as cumeadas das montanhas e, através da erosão, destruiriam, duas
vezes ao dia, todas formas de vida. Logo, alguém – ou algo – pensou
matematicamente em como manter esse equilíbrio.
Se, por acaso, o
fundo do mar fosse mais baixo dois metros apenas não haveria a vida na
superfície da Terra, pois a água do mar absorveria o oxigênio e o gás carbônico
e os seres vivos não poderiam respirar. Se, por acaso, a atmosfera da Terra,
que mede 60
quilômetros , fosse menor, a vida seria totalmente
impossível porque diariamente caem sobre a Terra milhões de aerólitos, pedaços
de planeta. Se a atmosfera da Terra não houvesse sido necessariamente
calculada, eles destruiriam a vida e provocariam milhões de incêndios
diariamente. Logo, alguém pensou sobre isso!
4)
O instinto dos animais, segundo Morrison, seria outra
prova da existência de Deus. Quais as bases argumentativas desta tese?
R:
Ninguém sabe qual é a sede do instinto dos animais. É algo tão admirável que a
Ciência ainda não localizou. Tomemos como exemplo o “nosso” João de Barro,
pássaro que, quando chega a Primavera, sobe no galho mais alto da árvore mais
elevada, coloca o bico na direção do vento e ele sabe de que direção virá o
vento quando chegar o próximo inverno. Assim, o João de Barro constrói a casa
colocando a porta no sentido oposto do vento de inverno. Se a porta for
colocada errada, as suas crias morrerão. Mas o João de Barro não erra nunca.
Vamos
usar outro exemplo: o instinto das enguias, que sabem que quando procriam, elas
morrem. E elas, só podem procriar em águas muito profundas. Quando chega a
época da reprodução, elas nadam milhares de milhas marítimas, de todos os
lados, de todos os mares, de todos os oceanos onde estão, e vão reproduzir-se
nas águas abissais das Bermudas. Ali elas se reproduzem e morrem. E os seus
filhos? Sem saberem de onde vieram os seus ancestrais, nadam e voltam às águas
de onde vieram os seus genes. E não erram nunca. Jamais foram encontradas
enguias européias em águas americanas ou enguias americanas em águas européias.
E esse instinto foi tão caprichoso que, sabendo que a enguia européia está mais
longe do que a americana das águas das Bermudas, atrasa um ano a reprodução
européia para chegarem todas ao momento da reprodução na América Central. É
maravilhoso narrar a respeito dos instintos dos animais. Mas quem ensinou
primeiro pássaro fez isso. E fazem-no até hoje. E Morrison afirma crer em Deus
por causa também dos instintos dos animais.
5)
Nesta linha de raciocínio, o equilíbrio ecológico
também evidencia a existência de Deus?
R:
Vamos ilustrar este equilíbrio com um fato que ocorreu na Austrália. Os
australianos desejavam transformar seu país em uma região agrícola, mas a
colocação da Austrália não permitia grandes plantações. Os ventos que sopram do
mar, em determinadas épocas, destruiriam as mudas. Surgiu uma idéia: plantar
cercas vivas, que se transformariam em paredes contra os ventos. Importaram uma
cactácea e naturalmente não havia na Austrália nenhum inimigo natural para este
tipo de cactos. O resultado inicial foi excelente. Só que os australianos não
se deram conta de que esses cactos se multiplicavam com muita rapidez. E em
breve eles constituíram-se em uma verdadeira praga. Os australianos usaram
tratores, usaram lança-chamas, e não havia solução, porque o vento carregava o
pólen e os cactos continuava a se multiplicar. Dez anos depois, a Austrália
havia perdido uma área correspondente à das ilhas Britânicas. Foi dado um
alarme internacional e houve um congresso na cidade de Sidney. Entomologistas
do mundo inteiro reuniram-se para estudar uma forma de acabar com os cactos e
chegaram à conclusão de que só havia uma fórmula: conseguir um besouro que
gostasse de cactos e que também se reproduzisse muito. E encontraram este
besouro no Brasil, na Amazônia. Os insetos começaram a comer os cactos na
Austrália e a multiplicar-se. De repente, os australianos ficaram apavorados:
“Quando acabarem os cactos, o que faremos com os besouros?”
Mas
a ecologia manteve o equilíbrio. Na medida em que os cactos diminuíram, os
besouros também diminuíram, mantendo a harmonia ecológica. E esse fenômeno é
tão extraordinário que não ocorre por acaso.
6)
Com base em tudo o que o senhor argumentou, e que Morrison estudou, a
que conclusão podemos chegar sobre Deus?
R:
O apóstolo João escreveu que Deus é amor. E somente através do amor podemos
receber Deus. Allan Kardec, o codificador da Ciência, da Filosofia, e da
Religião Espírita, também interrogou aos espíritos: “O que é Deus?” E os
espíritos imortais responderam: “É a causa primeira de todas as coisas e a
inteligência suprema do universo.” Allan Kardec volta a interrogar: “E que prova
nós poderemos ter de Deus?” A resposta é comovedora pela simplicidade: “Tudo
aquilo que não foi feito pelo homem, por Deus foi feito.” Eu era jovem quando
tive a oportunidade de ouvir uma pessoa contar-me que um materialista, cheio de
orgulho e vazio de cultura, chegou certa tarde à periferia de uma cidade e
encontrou um camponês que trabalhava a terra. Era um daqueles entardecer em que
o sol coroava o planeta por trás das montanhas. Fascinado pela natureza lírica,
o materialista perguntou ao homem do campo: “Matuto, tu crês em Deus?” O
modesto trabalhador tirou o chapéu de palha, em respeito ao nome pronunciado, e
disse: “Eu creio em Deus!” E o orgulhoso, então, perguntou-lhe: “Se tu crês em
Deus, mostra-me um lugar aqui onde está Deus?” O homem do campo olhou ao
derredor e na sua simplicidade respondeu: “Eu não posso doutor, mas agora eu
queria pedir ao doutor que me mostrasse aqui um lugar ‘adonde’ Deus não
está."
(Parte da entrevista com Divaldo Pereira Franco em
Catanduva, em 30 de setembro de 2002)
Questão 11:
Kardec
perguntou: Será que um dia compreenderemos o mistério da Divindade?
Os Espíritos
responderam: “Quando vocês não mais
estiverem obscurecidos pela matéria e, pela sua imperfeição, se tiverem
aproximado d’Ele, então vocês O compreenderão e O verão.” E Allan Kardec,
comentando esta resposta, nos diz: “A inferioridade das faculdades do homem não
lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, o
homem O confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui;
mas, à medida que seu senso moral se desenvolve, seu pensamento penetra melhor
o fundo das coisas; e ele faz então a respeito d’Ele uma idéia mais justa e
mais conforme com a boa razão posto que sempre incompleta.”
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