Quando se sentava à mesa para comer, mal conseguia segurar a colher.
Derramava a sopa na toalha e, quando afinal, acertava a boca, deixava sempre cair um bocado pelos cantos.
O filho e a nora dele, ficavam com nojo e irritados. Então, resolveram sentar o velho num canto perto do fogão e o serviam pouca comida numa gamela de madeira.
O velho olhava para a mesa, com os olhos cheios de lágrimas.
Um dia, quando estavam todos reunidos, o neto do velho, brincava com alguns pedaços de madeira. E o pai perguntou:
- O que é que você está fazendo?
O menino respondeu:
- Estou fazendo um cocho, para papai e mamãe poderem comer quando eu crescer.
Marido e mulher se olharam assustados por algum tempo . . . E caíram no choro.
Depois disso, trouxeram o avô de volta para a mesa e desde então passaram a comer todos juntos, sem xingar o velho quando este derramava alguma coisa.
Tomemos cuidado com os exemplos que damos aos nossos filhos.
Nós renascemos não onde merecemos, mas onde temos necessidade para evoluir.
E com efeito, nós somos as conseqüências inevitáveis daquelas atitudes que mantivemos anteriormente. Muitas vezes, retornamos na condição de filho de alguém que foi nosso desafeto; voltamos à Terra entre pessoas que nós magoamos. Muitas vezes, mãe e filho, por exemplo, foram inimigos no passado e hoje, em nova encarnação, encontram dificuldades de relacionamento. Mas Deus os colocam juntos para que façam as pazes. Por isso, vemos mães com maior afinidade com um filho do que com outro e/ou filhos com maior afinidade com a mãe do amigo do que a própria mãe. (Trecho de uma palestra de Divaldo Franco)
O mandamento: “Honra a teu pai e a tua mãe”, é uma conseqüência da lei geral da caridade e do amor ao próximo, porque não se pode amar ao próximo sem amar aos pais; mas o imperativo honra implica um dever a mais para com eles: o da piedade filial. Deus quis demonstrar, assim, que o amor é necessário juntar o respeito, a estima, a obediência e a condescendência, o que implica a obrigação de cumprir para com eles, de maneira mais rigorosa, tudo o que a caridade determina em relação ao próximo. Esse dever se estende naturalmente às pessoas que se encontram no lugar dos pais (os pais adotivos), e cujo mérito é tanto maior, quanto o devotamento é para elas menos obrigatório. Deus pune sempre de maneira rigorosa toda violação desse mandamento.
Honrar a seu pai e a sua mãe, não é somente respeitá-los: é assistí-los na necessidade, proporcionando-lhes o repouso na velhice, cercá-los de solicitude como fizeram por nós em nossa infância.
Certos pais, é verdade, menosprezam seus deveres e não são para os filhos o que deveriam ser; mas cabe a Deus puni-los e não aos seus filhos; não cabe a estes censurá-los, porque talvez eles próprios merecessem que fosse assim. Se a caridade estabelece como lei que devemos pagar o mal com o bem, ser indulgentes para as imperfeições alheias, não maldizer do próximo, esquecer e perdoar as ofensas, e amar até mesmo os inimigos, quanto essa obrigação se faz ainda maior em relação aos pais! Os filhos, devem, por isso mesmo, tomar como regra de conduta para com os pais todos os preceitos de Jesus referentes ao próximo, e lembrar que todo procedimento condenável em relação aos estranhos, mais condenável se torna para com os pais. Devem lembrar que aquilo que no primeiro caso seria apenas uma falta, pode tornar-se um crime no segundo, porque, neste, à falta de caridade se junta à ingratidão. (O Evangelho segundo o Espiritismo)
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