A bandeira do Espiritismo é FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO. Mas, salvo do que? Quem pratica a caridade está salvo ou livre das dores e aflições, porque praticando a caridade ensinada pelo Cristo estaremos vivendo as leis divinas e quando vivemos as leis divinas não teremos o que resgatar e, não tendo o que resgatar, não sofreremos. Mas, o que é CARIDADE? Será que é apenas a esmola que estendemos ao próximo necessitado? Kardec perguntou aos espíritos, na questão 886: "Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade tal como a entendeu Jesus? Resposta: "Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas”.
Na BENEVOLÊNCIA PARA COM TODOS, devemos entender que devemos ser bons com qualquer pessoa. Seja ela de qualquer raça, posição social, orientação sexual, torcedora de qualquer time, seguidora de qualquer religião, simpatizante de qualquer partido político, seja ela da família consanguínea ou não, etc etc etc.... E a bondade abrange também os comentários nas redes sociais. As pessoas estão armadas de palavras mal educadas, desrespeitosas e de revide. Qualquer coisa é preconceito, homofobia, misoginia e outros. No assunto política, as ofensas ficam exacerbadas, até mesmo numa página religiosa. Muitas pessoas não sabem "colocar" seu modo de pensar, elas querem "impor". Elas querem ter o direito de pensar, falar e optar sobre assuntos e coisas, mas não querem dar o mesmo direito a outros. Além dos comentários humilhantes que ferem as pessoas. Estas pessoas ficam tão cegas para defender seu gosto, seu modo de pensar ou sua escolha de partido político, religioso e outros que se esquecem que violência não é só dar uma facada, um tiro, um tapa, mas é também uma “PALAVRA DESCORTÊS, MAL EDUCADA QUE USAMOS COM O SEMELHANTE", como está explicado no Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo 9. Enfim, é isto que estamos vendo nas redes sociais e no dia a dia. Mas a pessoa equilibrada, educada, lê e não comenta, porque acha que é um direito da outra pensar, gostar e agir diferente dela. Mas, infelizmente, não é isto que estamos encontrando nos dias atuais.
Na INDULGÊNCIA COM AS IMPERFEIÇÕES ALHEIAS, o Mestre, ensina que devemos ser maleáveis com as falhas alheia porque também somos falíveis. Costumamos ser intransigentes com a falha alheia e indulgente com a nossa falha ou com a falha de quem amamos. Por exemplo: quando o filho do vizinho faz algo errado, nós somo ferrenhos em nosso julgamento: “é um sem vergonha” etc.... Mas, quando nosso filho ou algum familiar q amamos erra, colocamos pano quente, dizemos que foi um deslize ou algo q o abone do erro. Então, a intransigência deve ser com nossas falhas para que procuremos corrigi-las.
E, no PERDÃO DAS OFENSAS, Jesus recomendou a necessidade de desenvolvermos grandes esforços para compreender os agressores, aqueles que nos ofendem. Isto não significa que devemos aceitar a agressão, disse que devemos compreender o agressor que antes de nos ferir, está ferindo a si mesmo, porque terá que ressarcir seu ato. Jesus ensinou na oração do "Pai Nosso" que devemos pedir a Deus que "só perdoe nossos erros quando aprendermos a perdoar quem errou conosco" e repetiu a necessidade do perdão em outras passagens do Evangelho. Francisco de Assis reforçou dizendo ser melhor "Perdoar que ser perdoado". Perdoar não significa que precisamos conviver com a pessoa, amá-la com o mesmo amor que tínhamos antes dela nos ofender ou prejudicar. Perdoar significa que devemos orar pela pessoa, não desejar mal a ela, não se satisfazer com algo de ruim que aconteça a ela, não querer se vingar. Perdoar é entender que a outra pessoa ainda não aprendeu a agir de forma leal, respeitosa e justa. Se nós já conseguimos agir melhor que ela, devemos compreender que nem todos ainda aprenderam esta lição. E que, se ela errou num ponto, nós também temos outros pontos falhos. Que atire a primeira pedra quem nunca errou. Perdoar não é fácil, mas também não é impossível.
E a paciência? Paciência também é caridade, disseram os espíritos: (...) A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.” (Cap. IX, Item 7, ESE)
Como vemos, caridade não é somente doar algo a alguém, é trabalharmos as nossas falhas morais, é equilibrar nossos impulsos, é pensar antes de agir ou falar com o nosso próximo, enfim, fazer ao outro o que queremos que ele nos faça. É a reforma íntima que muitos de nós estamos adiando. Pensemos nisso!
Texto de Rudymara
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