Quem
somos nós? A doutrina nos mostrou que SOMOS
ESPÍRITOS. E se SOMOS ESPÍRITOS
basta olhar para o desenho acima para observarmos que não temos raça, forma,
sexo, nacionalidade, posição social, etc. Como está escrito no O Livro dos
Espíritos, questão 88, a aparência do Espírito é de uma chama, um clarão ou uma
centelha etérea. Nós só vamos adquirir forma, nacionalidade, sexo, etc., quando
encarnarmos. Nós (ESPÍRITOS) apenas utilizamos os corpos perispiritual e
carnal. Utilizamos ambos quando estamos encarnados e o perispiritual quando
estamos desencarnados. O casal que será nossos pais fará um corpo de carne que
terá a aparência segundo os genes deles e, lógico, segundo a necessidade de aprendizado do espírito que irá habitar aquele corpo: cor da pele, dos olhos, altura, etc.
Quando
encarnamos é como se entrássemos num palco para interpretar um papel. E quando
desencarnamos é como se a cortina fechasse e a interpretação terminou. Daí,
retornamos ao plano espiritual de onde viemos, para nos preparar para um novo
retorno e uma nova interpretação. E nesta nova interpretação poderemos trocar
de raça, posição social, nacionalidade, sexo, família, etc.
Então,
podemos dizer que, nesta atual encarnação uma mulher não É mulher, ela ESTÁ
mulher. Um homem não É um homem, ele ESTÁ homem. Um negro não é negro, ele ESTÁ
negro, ETC.
A
pessoa da raça branca, por exemplo, que se acha superior a qualquer outra raça
poderá retornar na raça que ele discrimina ou tem preconceito. O homem que se
acha superior à mulher e a humilha, maltrata, abusa, violenta, poderá encarnar
num corpo feminino para sentir na pele o que fez a mulher passar. Vemos em
algumas obras espíritas relatos de feitores de escravos que retornaram
escravos. Os que querem dividir o Brasil para se separar dos irmãos nordestinos
poderão retornar em algum Estado ou cidade do Nordeste. Os homens que se acham
ofendidos ao ver um homossexual precisam entender que, podemos encarnar várias
vezes num mesmo sexo, por exemplo, num corpo feminino. Daí, quando encarnamos
num corpo masculino, trazemos na lembrança espiritual as sensações, os desejos,
os costumes de quando usávamos um corpo feminino. E assim acontece o contrário
também. Podemos encarnar várias vezes num corpo masculino e quando trocamos de
corpo numa nova encarnação, guardamos a lembrança de quando éramos um homem.
Por isso vemos mulheres masculinizadas e homens afeminados. Quando aprendemos
isso, vemos que todo racismo, preconceito e discriminação são bobagens.
Nisto
tudo, o mais importante é aprendermos a administrar o que Deus nos empresta. O
corpo físico, dinheiro, pobreza, etc. Há ricos generosos, caridosos, mas há ricos egoístas, que usam o dinheiro
para seus prazeres materialistas. Há pobres conformados com a pobreza e há os inconformados buscando
riqueza ou dinheiro de forma ilícita, roubando, enganando, traficando, enfim,
lesando o próximo. Há heterossexual e homossexual promíscuo como há os que não
são. Há branco preconceituoso, mas há negro que quando está na posição de chefe
de pessoas brancas, talvez por serem discriminados, discriminam os brancos
subalternos. Então, aproveitemos a encarnação e a posição que somos postos,
pois, como disse Pascal no O Evangelho segundo o Espiritismo, a nossa verdadeira
propriedade é aquela que levaremos após a desencarnação, ou seja, aquilo que
fizermos aqui de BOM ou de RUIM com o que Deus nos empresta.
Rudymara
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