Indubitavelmente a criatura
humana estagia em níveis sexuais degradantes e enfermiços, pois, condicionada a
prazeres devoradores que dificultam sua ascensão espiritual, vive para o sexo
como se este fosse a maior usina geradora de felicidade. Criado por Deus como
mecanismo divino de reprodução das espécies, o sexo tornou-se joguete nas mãos
de pessoas desajustadas que se tornam presas fáceis e acabam servindo de
alimento pernicioso para os espíritos menos felizes que ainda estagiam e se
banqueteiam nos prazeres carnais. Nunca é demais alertar aos incautos do
caminho que o sexo, como qualquer outro departamento do corpo físico, tem fins
específicos dentro de um harmonioso conjunto. É necessário, portanto, que se
estudem emocionalmente aqueles que vivem jugulados e atormentados pelo prazer
que entorpece os sentidos.
O que é o sexo senão um
mecanismo divino de ascensão, através da canalização de suas energias
específicas para as artes, como a música, a pintura, a poesia, ou para as
ciências, como a física, a engenharia, a biologia, enfim para todos os valores
nobres que a vida nos oferece.
Então, por que não tentar
trabalhar em si essas energias genésicas, tentando desvincular-se das sensações
muitas vezes animalescas que estão relacionadas ao passado espiritual do ser,
que estagia em vários níveis de evolução? Por que não lutar, se todos
compreendemos que somos espíritos eternos em busca de novas experiências
redentoras que nos permitirão desfrutar de outras formas de sentimentos e não
apenas de sensações? Tais sensações surgem devoradoras e muitas vezes destroem
nosso psiquismo, produzindo desequilibro e acarretando obsessões.
Vejamos algumas advertências
dos espíritos nobres que sempre estão a nos orientar em relação às dificuldades
encontradas pelo caminho. Diz o nobre espírito André Luiz no livro Sexo e
Destino: “Saiba você que na quinta noite
de minha permanência aqui, notando Beatriz em aguda crise de sofrimento,
diligenciei buscar meu genro para assisti-la em pessoa... E sabe onde o
encontrei?
“Nada de escritório, segundo a falsa informação que deixara em casa.
Indignado, fui surpreendê-lo numa furna penumbrosa, em plena madrugada, junto
da menina que você acaba de conhecer. Os dois unidos, qual marido e mulher.
Champanha correndo e música lasciva. Entidades perturbadoras e perturbadas,
jungidas ao corpo dos bailarinos, enquanto outras iam e vinham, a se inclinarem
sobre taças, cujo conteúdo lábios entediados não haviam conseguido sorver
totalmente.
“Em recanto multicolorido, onde algumas jovens exibiam formas seminuas
em coleios esquisitos, vampiros articulavam trejeitos, completando, em sentido
menos digno, os quadros que o mau-gosto humano pretendia apresentar, em nome da
arte. Tudo rasteiro, impróprio, inconveniente...”
A leitura constante de
revistas pornográficas e vídeos pornôs também estimula os pensamentos
desvirtuados do sexo, atraindo os obsessores que se afinizem com essas
vibrações. Vemos que o principal alimento da obsessão sexual são o padrão
vibratório e o tipo dos pensamentos e ações realizados pelo encarnado.
O obsessor funciona como
estopim, estimulando cada vez mais a degradação moral do encarnado e fazendo o
possível para que este nunca esteja satisfeito.
No livro Sexo e Obsessão, de
Divaldo Franco, pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda, encontramos a
seguinte referência a essa prática:
“Os seus adversários espirituais encharcam-no de ideias pervertidas e
desejos lúbricos insaciáveis, devairando-o. Fixando-se-lhe nos painéis mentais,
telecomandam-no a distância, e quando se desprende pelo sono físico é atraído
ou arrebatado para os sítios de vergonha e depravação, nos quais mais se
acentuam os desbordamentos da paixão insana...”
Na colônia do astral inferior, ele relata os seguintes acontecimentos:
“Num dos quadros dantescos, pudemos defrontar diversos Espíritos
reencarnados, que seguiam jugulados aos seus algozes, presos a coleiras como se
fossem felinos esfaimados, babando ante o espetáculo que lhes aguçava os
instintos grosseiros...
“Figuras estranhas, com aspecto semelhante aos antigos seres
mitológicos do panteão greco-romano, confundiam-se com muitos outros indivíduos
extravagantes em complexas simbioses de vampirismo, carregando-se uns aos
outros, acompanhando freneticamente um desfile de carros alegóricos...”
Por isso, aproveitemos o
quanto antes os ensinamentos maravilhosos, que a Doutrina dos Espíritos nos
proporciona, com o objetivo de sublimar nossas energias sexuais. Não somos o
corpo, estamos no corpo para conquistar nossa plenitude, o nirvana, o samadhi e
para cada vez mais nos libertarmos das sensações grosseiras da matéria, e
viajarmos em direção à verdadeira felicidade que, por enquanto, ainda não se
encontra na terra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário