Por que tão frequentemente a vida se
interrompe na infância?
A curta duração da vida da criança pode
representar, para o Espírito que o animava, o complemento de existência
precedentemente interrompida antes do momento em que devera terminar, e sua
morte, também não raro, constitui provação ou expiação para os pais. (questão
199 de O Livro dos Espíritos)
Precisamos
lembrar que uma criança é juvenil no corpo, mas o espírito é velho e trás toda
uma herança das encarnações passadas. Há morte prematura que é complemento de
uma vida interrompida antes do tempo, ou seja, são, muitas vezes, ex-suicídas
(conscientes ou inconscientes), então eles retornam para que restabeleça o
equilíbrio. Lembram ainda os Benfeitores que os pais estão igualmente
comprometidos com a Lei de Causa e Efeito e, na maioria das vezes, foram cúmplices
ou causadores indiretos da falta que gerou o sofrimento de hoje. Para tais
espíritos, é programado uma reencarnação emergencial onde o Espírito em
situação crítica na Espiritualidade retorna para breve existência, como um
enfermo em estado grave que é conduzido ao pronto-socorro. Pois, o suicida provoca
tal destrambelho perispiritual e tão grande tormento em sua consciência, que a
melhor solução pode ser o retorno à carne, em complemento da existência
anterior. A situação em que estará o Espírito na nova existência mostrará a
maneira como viveu na pretérita e, particularmente, como morreu. O suicida será
duplamente beneficiado:
POR UM LADO, o choque biológico do
renascimento implicará no esquecimento do passado, permitindo-lhe reordenar
suas experiências, no propósito de superar graves traumas relacionados com seu
gesto de fuga.
POR OUTRO, a carne funcionará como
escoadouro dos desajustes decorrentes da agressão que cometeu contra si mesmo,
marcado em seu perispírito.
Exatamente
por isso terá existência breve, porquanto o corpo físico não resistirá por
muito tempo às pressões de seu psiquismo conturbado que, inclusive, impor-lhe-á
limitações na gênese orgânica.
André
Luiz reporta-se a um suicida, que se matou ingerindo veneno, no livro Entre
a Terra e o Céu, psicografia de Francisco Cândido Xavier. Em nova
existência, saúde frágil, desencarnou aos sete anos.
Um
mentor espiritual explicou que aquela breve experiência na carne fora sumamente
útil ao Espírito, livrando-o de parte de seus desajustes, e que ele deveria
reencarnar em breve, na mesma família, já em melhores condições.
A MORTE DE CRIANÇAS
ESTÁ ASSOCIADA, TAMBÉM, A PROBLEMAS CÁRMICOS, ENVOLVENDO O DESENCARNANTE E SEUS
GENITORES.
O
trauma da separação, particularmente quando ocorre em circunstâncias trágicas,
impõe, às personagens desses dramas, angústias semelhantes às que impuseram às
suas vítimas, quando comprometidas em comportamento criminoso.
É
incontável o número de crianças vitimadas por atos terroristas, guerras
negligência, imprudência, omissão. Os responsáveis enlutam lares, semeiam
sofrimentos, levam corações ao desespero.
Passam,
pois, por experiências semelhantes, na condição de filhos que desencarnam
prematuramente ou de pais que os vêem partir, sofrendo os mesmos
constrangimentos que provocaram, a fim de aprenderem a respeitar o próximo.
Revoltamo-nos
contra aqueles que cometem atrocidades, principalmente quando envolvem
crianças. Deveríamos lamentá-los, porquanto semeiam espinhos que forçosamente
colherão.
Por
isso Jesus, que conhecia melhor do que ninguém os mecanismos da justiça divina,
não evocou castigos celestes para aqueles que o crucificavam. Apenas rogou, em
oração:
Pai,
perdoa-lhes. Não sabem o que fazem.
HÁ DESENCARNAÇÃO
PREMATURA QUE CONSAGRAM EXPERIÊNCIAS MISSIONÁRIAS.
O
Espírito reencarna com a missão específica de sensibilizar afetos caros ao seu
coração, resgatando-os da indiferença e do acomodamento em relação aos
objetivos da vida.
Enquanto
na convivência amorosa, em seu breve estágio, fazem o encanto dos familiares,
tangendo-lhes as fibras mais íntimas da afetividade. São crianças adoráveis -
inteligentes, comunicativas, generosas. Coroam sua missão com a própria morte.
Com
elas vão as ilusões dos pais. A separação lhes é extremamente dolorosa, como se
a existência houvesse perdido o significado.
Buscando
caminhos de religiosidade, ávidos de consolo, encontram promissoras
oportunidades de edificação espiritual.
O desencarnado, que os acompanha e ampara, alegra-se
porque o objetivo foi alcançado.
Richard
Simonetti no livro Atravessando a Rua, conta a experiência de um casal
que reencarnou com a tarefa de cuidar de crianças, numa instituição
assistencial. No entanto, envolvidos pelos interesses imediatistas, ambos
andavam distraídos de sua missão. Então, um mentor espiritual que os assistia, preocupado
com sua deserção, reencarnou como seu filho. Foi aquela criança maravilhosa,
inteligente, sensível, que faz a felicidade dos pais, que passam a gravitar em
torno dela.
Consumando
a intenção de despertar os pais, ele desencarnou na infância, deixando-os
desolados, desiludidos, deprimidos. Encontraram lenitivo a partir do momento em
que se entregaram de corpo e alma a crianças num orfanato, exatamente como fora
planejado. O mentor viera apenas para ajudá-los a corrigir o desvio de rota.
Muitos
espíritos ainda encontram-se em fase primária de desenvolvimento e na hora da
grande transição vem ter a sua chance e resgatam aqueles débitos através das
enfermidades degenerativas, pelas dificuldades ambientais sócio econômica e em
face da injustiça social que vige no mundo.
Esta
afirmativa pode ser chocante para quem imagina que tudo acontece por fatalidade
divina, ou seja, “porque Deus quer que
aconteça.” Se fosse verdade nós estaríamos livres de qualquer
responsabilidade envolvendo a vida e a morte.
O
doente morre à míngua de socorro. Vontade de Deus.
Transeuntes
morrem num tiroteio. Vontade de Deus.
Dezenas
de pessoas morrem num atentado terrorista. Vontade de Deus.
Milhares
morrem numa guerra. Vontade se Deus.
E
por que não dizer que o indivíduo que tenta o suicídio e a mulher que pretende
abortar só conseguem seu objetivo porque é a vontade de Deus?
Mas
na verdade, nenhum desses crimes, nenhuma dessas mortes ocorre por iniciativa
divina. São contingências geradas pela insensatez humana. Deus não criou seus
filhos e esqueceu deles. Tanto que mandou Jesus à Terra para aprendermos a
sermos mais sensatos, mais solidários, caridosos, etc. Quem esquece de Deus (de
vivenciar suas leis) em muitas ocasiões somos nós.
Deus
quer que vivamos na Terra de forma produtiva, fazendo o melhor, aproveitando
integralmente o tempo de vida que nos concede e as oportunidades de edificação.
Se isso não acontece, não podemos debitar ao Criador o que é de nossa
responsabilidade.
Na
medida em que um país se desenvolve, aprimorando seus serviços de saúde,
reduz-se drasticamente a mortalidade infantil.
Será
que Deus premia os países ricos, preservando suas crianças?
Mais
racional e justo é considerar que a vida situa-se como Dom de Deus, mas a
qualidade e duração da existência humana subordinam-se ao empenho do homem,
criando condições para que as pessoas vivam mais e melhor.
Deus
inspira o progresso, as revelações, as descobertas, o bem-estar humano, mas
compete ao Homem agir como instrumento da Divindade para que isso tudo ocorra.
Não
é da vontade de Deus que morram crianças na favela.
Excetuando-se
as que partem atendendo a problemas cármicos, a vasta maioria morre porque Deus
não encontra pessoas que se disponham a agir como instrumentos de sua vontade
para socorrê-las.
A
presença imanente de Deus faz-se sentir em todas as dimensões do Universo e em
todas as manifestações de vida.
Tudo
revela a existência de um ser soberano, infinitamente justo e misericordioso,
que nos deu o Dom de viver, reservando-nos gloriosa destinação.
Mas,
se prestarmos atenção, superando milenárias tendências egoísticas que
caracterizam a criatura humana em relação às dificuldades do próximo,
perceberemos que Deus está presente também nos olhos tristes da criança
carente, pedindo-nos que a ajudemos a viver.
POR QUE MULHERES
QUE ANSEIAM PELA MATERNIDADE EXPERIMENTAM SUCESSIVAS FRUSTAÇÕES?
Geralmente
estamos diante de problemas cármicos, a partir de comprometimentos em
existências anteriores. A causa é o
aborto induzido. A mulher que se
recusa ao compromisso da maternidade, expulsando o filho que estagia em seu
corpo, às portas da reencarnação, comete uma auto-agressão. Produz desajustes
em seu perispírito, o corpo espiritual, em área correspondente à natureza de
seu delito. Em vida futura, mais amadurecida, a ansiar pela maternidade, terá
problemas. Grávida, não conseguirá segurar a gestação do filho que anseia, na
mesma proporção em que expulsou, outrora, filhos de seu seio. O problema pode
estar, também, no reencarnante. Se foi um suicida, traz sérios comprometimentos
perispirituais que poderão repercutir no corpo em formação, a promover o
aborto. Fracassos sucessivos, tanto da gestante quanto do reencarnante, os
ensinarão a valorizar e respeitar a vida.
O QUE ACONTECE COM
O ESPÍRITO NA MORTE PREMATURA?
Normalmente,
um retorno tranquilo. O que dificulta a readaptação à pátria espiritual é o
apego à vida física, os comprometimentos com a ambição, as paixões, os
vícios... O Espírito literalmente entranha-se na vida física, o que lhe impõe
sérias dificuldades, até mesmo para perceber sua nova condição. Já o jovem nem
sempre tem esses comprometimentos. É alguém que desperta para a vida, que ainda
não se envolveu. Será logo acolhido e amparado pelos mentores espirituais, por
familiares desencarnados.
Precisamos
lembrar que o grande problema dos que partem nessa condição é a reação dos que
ficam. Desespero, revolta, rebeldia são focos pestilentos de vibrações
desajustadas, que atingem em cheio o passageiro da Eternidade, causando- lhe
aflições e desajustes, já que nos primeiros tempos de vida espiritual tende a permanecer
ligado psiquicamente à família. E o que é pior – na medida em que os familiares
insistem nas lembranças, quando a desencarnação ocorreu em circunstâncias
trágicas, induzem o Espírito a reviver, em tormento, todas aquelas emoções. Há
uma mensagem famosa de uma jovem que desencarnou no incêndio do Edifício
Joelma, psicografada por Francisco Cândido Xavier, dirigida à sua mãe. Após
dizer-lhe que fora muito bem amparada e que sua morte atendera a compromissos
cármicos, pediu à mãe que não ficasse recordando do incêndio nem a
contemplasse, na tela de sua mente, morrendo queimada. – Cada vez que a senhora
me vê assim, é assim que me sinto.
Já
André Luiz informa-nos que todos eles são recolhidos em Instituições
apropriadas, não se encontrando Espíritos de crianças nas regiões umbralinas. Há
inúmeras descrições espirituais de Escolas, parques, colônias e instituições
diversas consagradas ao acolhimento e amparo às crianças desencarnadas.
Chico
Xavier, analisando a situação espiritual e o grau de lucidez desses Espíritos
diz:
"Os benfeitores espirituais habitualmente nos
esclarecem que a criança desencarnada no Mais Além, recobra parcialmente valores
da memória, quando na condição de Espírito, tenha já entesourado alta gama de
conhecimentos superiores, com pouco tempo depois da desencarnação, conseguindo,
por isso, formular conceitos e anotações de acordo com a maturidade intelectual
adquirida com laborioso esforço.
O mesmo não acontece com o Espírito que ainda não
adquiriu patrimônio de experiência mais dilatados, seja por estar nos primeiros
degraus da evolução humana ou por essência de aplicação pessoal ao estudo e a
observação dos acontecimentos.
Para o Espírito nesse estágio, o desenvolvimento na
vida espiritual é semelhante ao que se verifica no plano físico em que o ser
humano é compelido a aprender vagarosamente as lições da existência e
adiantar-se gradativamente, conforme as exigências do tempo."
André
Luiz (Entre a Terra e o Céu) vai pronunciar-se da mesma forma: "Acreditamos
que o menino desencarnado retomasse, de imediato, a sua personalidade de adulto
... Em muitas situações, é o que acontece quando o Espírito já alcançou elevado
estágio evolutivo. Contudo, para a grande maioria das crianças que
desencarnaram, o caminho não é o mesmo. Almas ainda encarceradas no automatismo
inconsciente, acham-se relativamente longe do autogoverno. Jazem conduzidos
pela Natureza, à maneira de criancinhas no colo materno. É por esse motivo que
não podemos prescindir de períodos de recuperação, para quem se afasta do
veículo físico, na fase infantil."
Apostila Original: Instituto de Difusão
Espírita de Juiz de Fora - MG
Dizem que os bons "vão" primeiro. Isso é verdade? É justo?
Divaldo: Não. Nem é verdade, nem é justo. Cada um de nós sempre vê o ser querido como o melhor do mundo, sem defeito algum e quando ele parte, achamos que foi antes do tempo.
Diariamente morrem milhares de pessoas de câncer e não damos a menor importância, mas quando o mal chega à família é uma tragédia, porque está em nossa casa.
Em verdade, esse conhecido aforismo não é real. Se assim fosse, a Terra estaria pior do que se encontra.
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