sexta-feira, 7 de junho de 2013

MORTE NA INFÂNCIA


 

Por que tão frequentemente a vida se interrompe na infância?

A curta duração da vida da criança pode representar, para o Espírito que o animava, o complemento de existência precedentemente interrompida antes do momento em que devera terminar, e sua morte, também não raro, constitui provação ou expiação para os pais.  (questão 199 de O Livro dos Espíritos)


Precisamos lembrar que uma criança é juvenil no corpo, mas o espírito é velho e trás toda uma herança das encarnações passadas. Há morte prematura que é complemento de uma vida interrompida antes do tempo, ou seja, são, muitas vezes, ex-suicídas (conscientes ou inconscientes), então eles retornam para que restabeleça o equilíbrio. Lembram ainda os Benfeitores que os pais estão igualmente comprometidos com a Lei de Causa e Efeito e, na maioria das vezes, foram cúmplices ou causadores indiretos da falta que gerou o sofrimento de hoje. Para tais espíritos, é programado uma reencarnação emergencial onde o Espírito em situação crítica na Espiritualidade retorna para breve existência, como um enfermo em estado grave que é conduzido ao pronto-socorro. Pois, o suicida provoca tal destrambelho perispiritual e tão grande tormento em sua consciência, que a melhor solução pode ser o retorno à carne, em complemento da existência anterior. A situação em que estará o Espírito na nova existência mostrará a maneira como viveu na pretérita e, particularmente, como morreu. O suicida será duplamente beneficiado:
POR UM LADO, o choque biológico do renascimento implicará no esquecimento do passado, permitindo-lhe reordenar suas experiências, no propósito de superar graves traumas relacionados com seu gesto de fuga.
POR OUTRO, a carne funcionará como escoadouro dos desajustes decorrentes da agressão que cometeu contra si mesmo, marcado em seu perispírito.
Exatamente por isso terá existência breve, porquanto o corpo físico não resistirá por muito tempo às pressões de seu psiquismo conturbado que, inclusive, impor-lhe-á limitações na gênese orgânica.
André Luiz reporta-se a um suicida, que se matou ingerindo veneno, no livro Entre a Terra e o Céu, psicografia de Francisco Cândido Xavier. Em nova existência, saúde frágil, desencarnou aos sete anos.
Um mentor espiritual explicou que aquela breve experiência na carne fora sumamente útil ao Espírito, livrando-o de parte de seus desajustes, e que ele deveria reencarnar em breve, na mesma família, já em melhores condições.
A MORTE DE CRIANÇAS ESTÁ ASSOCIADA, TAMBÉM, A PROBLEMAS CÁRMICOS, ENVOLVENDO O DESENCARNANTE E SEUS GENITORES.
O trauma da separação, particularmente quando ocorre em circunstâncias trágicas, impõe, às personagens desses dramas, angústias semelhantes às que impuseram às suas vítimas, quando comprometidas em comportamento criminoso.
É incontável o número de crianças vitimadas por atos terroristas, guerras negligência, imprudência, omissão. Os responsáveis enlutam lares, semeiam sofrimentos, levam corações ao desespero.
Passam, pois, por experiências semelhantes, na condição de filhos que desencarnam prematuramente ou de pais que os vêem partir, sofrendo os mesmos constrangimentos que provocaram, a fim de aprenderem a respeitar o próximo.
Revoltamo-nos contra aqueles que cometem atrocidades, principalmente quando envolvem crianças. Deveríamos lamentá-los, porquanto semeiam espinhos que forçosamente colherão.
Por isso Jesus, que conhecia melhor do que ninguém os mecanismos da justiça divina, não evocou castigos celestes para aqueles que o crucificavam. Apenas rogou, em oração:
Pai, perdoa-lhes. Não sabem o que fazem.
HÁ DESENCARNAÇÃO PREMATURA QUE CONSAGRAM EXPERIÊNCIAS MISSIONÁRIAS. 
O Espírito reencarna com a missão específica de sensibilizar afetos caros ao seu coração, resgatando-os da indiferença e do acomodamento em relação aos objetivos da vida.
Enquanto na convivência amorosa, em seu breve estágio, fazem o encanto dos familiares, tangendo-lhes as fibras mais íntimas da afetividade. São crianças adoráveis - inteligentes, comunicativas, generosas. Coroam sua missão com a própria morte.
Com elas vão as ilusões dos pais. A separação lhes é extremamente dolorosa, como se a existência houvesse perdido o significado.
Buscando caminhos de religiosidade, ávidos de consolo, encontram promissoras oportunidades de edificação espiritual.
 O desencarnado, que os acompanha e ampara, alegra-se porque o objetivo foi alcançado.
Richard Simonetti no livro Atravessando a Rua, conta a experiência de um casal que reencarnou com a tarefa de cuidar de crianças, numa instituição assistencial. No entanto, envolvidos pelos interesses imediatistas, ambos andavam distraídos de sua missão. Então, um mentor espiritual que os assistia, preocupado com sua deserção, reencarnou como seu filho. Foi aquela criança maravilhosa, inteligente, sensível, que faz a felicidade dos pais, que passam a gravitar em torno dela.
Consumando a intenção de despertar os pais, ele desencarnou na infância, deixando-os desolados, desiludidos, deprimidos. Encontraram lenitivo a partir do momento em que se entregaram de corpo e alma a crianças num orfanato, exatamente como fora planejado. O mentor viera apenas para ajudá-los a corrigir o desvio de rota.
Muitos espíritos ainda encontram-se em fase primária de desenvolvimento e na hora da grande transição vem ter a sua chance e resgatam aqueles débitos através das enfermidades degenerativas, pelas dificuldades ambientais sócio econômica e em face da injustiça social que vige no mundo.
Esta afirmativa pode ser chocante para quem imagina que tudo acontece por fatalidade divina, ou seja, “porque Deus quer que aconteça.” Se fosse verdade nós estaríamos livres de qualquer responsabilidade envolvendo a vida e a morte.
O doente morre à míngua de socorro. Vontade de Deus.
Transeuntes morrem num tiroteio. Vontade de Deus.
Dezenas de pessoas morrem num atentado terrorista. Vontade de Deus.
Milhares morrem numa guerra. Vontade se Deus.
E por que não dizer que o indivíduo que tenta o suicídio e a mulher que pretende abortar só conseguem seu objetivo porque é a vontade de Deus?
Mas na verdade, nenhum desses crimes, nenhuma dessas mortes ocorre por iniciativa divina. São contingências geradas pela insensatez humana. Deus não criou seus filhos e esqueceu deles. Tanto que mandou Jesus à Terra para aprendermos a sermos mais sensatos, mais solidários, caridosos, etc. Quem esquece de Deus (de vivenciar suas leis) em muitas ocasiões somos nós.
Deus quer que vivamos na Terra de forma produtiva, fazendo o melhor, aproveitando integralmente o tempo de vida que nos concede e as oportunidades de edificação. Se isso não acontece, não podemos debitar ao Criador o que é de nossa responsabilidade.
Na medida em que um país se desenvolve, aprimorando seus serviços de saúde, reduz-se drasticamente a mortalidade infantil.
Será que Deus premia os países ricos, preservando suas crianças?
Mais racional e justo é considerar que a vida situa-se como Dom de Deus, mas a qualidade e duração da existência humana subordinam-se ao empenho do homem, criando condições para que as pessoas vivam mais e melhor.
Deus inspira o progresso, as revelações, as descobertas, o bem-estar humano, mas compete ao Homem agir como instrumento da Divindade para que isso tudo ocorra.
Não é da vontade de Deus que morram crianças na favela.
Excetuando-se as que partem atendendo a problemas cármicos, a vasta maioria morre porque Deus não encontra pessoas que se disponham a agir como instrumentos de sua vontade para socorrê-las.
A presença imanente de Deus faz-se sentir em todas as dimensões do Universo e em todas as manifestações de vida.
Tudo revela a existência de um ser soberano, infinitamente justo e misericordioso, que nos deu o Dom de viver, reservando-nos gloriosa destinação.
Mas, se prestarmos atenção, superando milenárias tendências egoísticas que caracterizam a criatura humana em relação às dificuldades do próximo, perceberemos que Deus está presente também nos olhos tristes da criança carente, pedindo-nos que a ajudemos a viver.
POR QUE MULHERES QUE ANSEIAM PELA MATERNIDADE EXPERIMENTAM SUCESSIVAS FRUSTAÇÕES?
Geralmente estamos diante de problemas cármicos, a partir de comprometimentos em existências anteriores. A causa é o aborto induzido. A mulher que se recusa ao compromisso da maternidade, expulsando o filho que estagia em seu corpo, às portas da reencarnação, comete uma auto-agressão. Produz desajustes em seu perispírito, o corpo espiritual, em área correspondente à natureza de seu delito. Em vida futura, mais amadurecida, a ansiar pela maternidade, terá problemas. Grávida, não conseguirá segurar a gestação do filho que anseia, na mesma proporção em que expulsou, outrora, filhos de seu seio. O problema pode estar, também, no reencarnante. Se foi um suicida, traz sérios comprometimentos perispirituais que poderão repercutir no corpo em formação, a promover o aborto. Fracassos sucessivos, tanto da gestante quanto do reencarnante, os ensinarão a valorizar e respeitar a vida.
O QUE ACONTECE COM O ESPÍRITO NA MORTE PREMATURA?
Normalmente, um retorno tranquilo. O que dificulta a readaptação à pátria espiritual é o apego à vida física, os comprometimentos com a ambição, as paixões, os vícios... O Espírito literalmente entranha-se na vida física, o que lhe impõe sérias dificuldades, até mesmo para perceber sua nova condição. Já o jovem nem sempre tem esses comprometimentos. É alguém que desperta para a vida, que ainda não se envolveu. Será logo acolhido e amparado pelos mentores espirituais, por familiares desencarnados.
Precisamos lembrar que o grande problema dos que partem nessa condição é a reação dos que ficam. Desespero, revolta, rebeldia são focos pestilentos de vibrações desajustadas, que atingem em cheio o passageiro da Eternidade, causando- lhe aflições e desajustes, já que nos primeiros tempos de vida espiritual tende a permanecer ligado psiquicamente à família. E o que é pior – na medida em que os familiares insistem nas lembranças, quando a desencarnação ocorreu em circunstâncias trágicas, induzem o Espírito a reviver, em tormento, todas aquelas emoções. Há uma mensagem famosa de uma jovem que desencarnou no incêndio do Edifício Joelma, psicografada por Francisco Cândido Xavier, dirigida à sua mãe. Após dizer-lhe que fora muito bem amparada e que sua morte atendera a compromissos cármicos, pediu à mãe que não ficasse recordando do incêndio nem a contemplasse, na tela de sua mente, morrendo queimada. – Cada vez que a senhora me vê assim, é assim que me sinto.
Já André Luiz informa-nos que todos eles são recolhidos em Instituições apropriadas, não se encontrando Espíritos de crianças nas regiões umbralinas. Há inúmeras descrições espirituais de Escolas, parques, colônias e instituições diversas consagradas ao acolhimento e amparo às crianças desencarnadas.
Chico Xavier, analisando a situação espiritual e o grau de lucidez desses Espíritos diz:

"Os benfeitores espirituais habitualmente nos esclarecem que a criança desencarnada no Mais Além, recobra parcialmente valores da memória, quando na condição de Espírito, tenha já entesourado alta gama de conhecimentos superiores, com pouco tempo depois da desencarnação, conseguindo, por isso, formular conceitos e anotações de acordo com a maturidade intelectual adquirida com laborioso esforço.
O mesmo não acontece com o Espírito que ainda não adquiriu patrimônio de experiência mais dilatados, seja por estar nos primeiros degraus da evolução humana ou por essência de aplicação pessoal ao estudo e a observação dos acontecimentos.
Para o Espírito nesse estágio, o desenvolvimento na vida espiritual é semelhante ao que se verifica no plano físico em que o ser humano é compelido a aprender vagarosamente as lições da existência e adiantar-se gradativamente, conforme as exigências do tempo."

André Luiz (Entre a Terra e o Céu) vai pronunciar-se da mesma forma: "Acreditamos que o menino desencarnado retomasse, de imediato, a sua personalidade de adulto ... Em muitas situações, é o que acontece quando o Espírito já alcançou elevado estágio evolutivo. Contudo, para a grande maioria das crianças que desencarnaram, o caminho não é o mesmo. Almas ainda encarceradas no automatismo inconsciente, acham-se relativamente longe do autogoverno. Jazem conduzidos pela Natureza, à maneira de criancinhas no colo materno. É por esse motivo que não podemos prescindir de períodos de recuperação, para quem se afasta do veículo físico, na fase infantil." 
 
Apostila Original: Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora - MG

Dizem que os bons "vão" primeiro. Isso é verdade? É justo?
Divaldo: Não. Nem é verdade, nem é justo. Cada um de nós sempre vê o ser querido como o melhor do mundo, sem defeito algum e quando ele parte, achamos que foi antes do tempo.
Diariamente morrem milhares de pessoas de câncer e não damos a menor importância, mas quando o mal chega à família é uma tragédia, porque está em nossa casa.
Em verdade, esse conhecido aforismo não é real. Se assim fosse, a Terra estaria pior do que se encontra.
 
 
 
 
 

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