sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

CARIDADE x OBRAS INÚTEIS



 
Irmão X, no livro “Lázaro Redivivo”, pela psicografia de Chico Xavier diz que: "Em todos os tempos, há exércitos de criaturas que ensinam a caridade; todavia, poucas pessoas praticam-na verdadeiramente." Ele conta que o Frei Bartolomeu dos Mártires, o santo arcebispo de Braga, certa vez foi visitado por um fidalgo que lhe pediu a aplicação dos dinheiro da Igreja, na construção de uma nova e suntuosa basílica destinada à aristocracia da velha cidade portuguesa.  Tal basílica, teria capitéis (arremates das colunas) dourados, luxuosos altares, torres maravilhosas e naves resplandecentes. O generoso bispo ouviu, em silêncio, recordou as fileiras de necessitados que lhe batiam diariamente às portas, castigados pela nudez e pela fome, e pediu tempo a fim de estudar o assunto. E continuou a distribuir os bens que lhe vinham às mãos, em obras de socorro, ante as necessidades urgentes da pobreza que lhe buscava o coração e, mensalmente, lá vinha o amigo, renovando o pedido. Dizia ele que, Braga necessitava de um templo novo e amplo, cheio de arte, beleza e pedrarias. Mas o bispo, rogava sempre mais tempo para decidir, até que, um dia, resolveu ser mais claro e, depois de ouvir pacientemente a ovelha atacada pela mania de grandezas, respondeu com serenidade cristã:
Não sei como atender as exigências de Vossa Senhoria. Quando o diabo tentou Nosso Senhor Jesus Cristo, pediu-lhe transformasse as pedras em pães. Veja lá que era uma obra meritória que Satanás esperava do divino poder, mas Vossa Senhoria faz muito pior que o demônio, pois vem reclamar sempre para que os pães dos pobres se convertam em pedras.

Como o fidalgo de Braga, há muita gente sedenta de dominação que não realiza senão obras exclusivistas do “eu”, pensando na sua vaidade, ao invés de serviços da benemerência legítima.
Fora da caridade não existe, efetivamente, salvação para os que perderam a luz. O manto dessa virtude cobre a multidão dos pecados, conforme ensinamento evangélico. Entretanto, em todas as ocasiões, é preciso muito discernimento para que o nosso coração não transforme os pães da possibilidade divina em pedras da vaidade humana.

 

Observação de Rudymara: Muitos religiosos, de várias denominações religiosas, desviam o dinheiro que deveria ser para a caridade legítima, em festas, eventos , embelezamento da casa religiosa, poupanças, quando muitos precisam de ajuda. Embelezemos nossas ações. Chega de templos que se parecem com sepulcros caiados de branco, onde por fora são vistosos, mas por dentro estão cheios de podridão, ou seja, está cheio de vaidade mascarada de caridade.  A fé (raciocinada) sem obras (úteis) é morta.  






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