Divaldo - Só se for pelo pavor. Mas não remove a causa, porque o espírito que foge apavorado não liberta a sua vítima da dívida, que a ambos vincula.
Do livro: Diretrizes de Segurança
"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más."
“Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.”
Geralmente imploramos que Deus perdoe nossas dívidas mas, nós não estamos dispostos a perdoar aqueles que nos devem ou ofendem.
O uso de alguma bebida alcoólica costuma trazer incovenientes para os médiuns ?
Raul Teixeira – Todo indivíduo que se encontra engendrado nos labores mediúnicos, seja qual for a ocupação (até mesmo o médium passista), deveria abdcar do uso dos alcoólicos em seu regime alimentar. Isto porque o álcool traz múltiplos incovenientes para a estrutura da mente equilibrada, considerando-se sua toxidez e a rápida digestão de que é alvo, facilitando grandemente que o álcool entre na corrente sangüínea do indivíduo, de modo fácil, fazendo seu efeito característico.
Mesmo os inocentes aperitivos devem ser evitados, tendo-se em mente que o médium é médium as vinte e quatro horas do dia, todos os dias, desconhecendo o momento em que o Mundo Espiritual necessitará da sua cooperação. Além do mais, quando se ingere uma porção alcoólica, cerca de 30% são rapidamente eliminados pela sudorese e pela dejeção, mas cerca de 70% persiste por muito tempo no organismo, fazendo com que alguém que, por exemplo, haja-se utilizado de um aperitivo na hora do almoço, à hora da atividade doutrinária noturna não esteja embriagado, no sentido comum do termo, entretanto, estará alcoolizado por aquela porcentagem do produto que não foi liberada do seu organismo.
Do livro: Diretrizes de Segurança, questão 85 – Divaldo P. Franco e Raul Teixeira respondem perguntas em torno da mediunidade.
Quais as causas do sono de que muitos companheiros se queixam quando participam de uma reunião mediúnica ? Como evitá-lo ?
J. Raul Teixeira – As causas podem ser várias. Desde o cansaço físico, quando o indivíduo que vem de atividades muito intensas e que, ao sentar-se, ao relaxar-se, naturalmente é tomado pelo torpor da sonolência. Também, pode ser causado pela indiferença, pelo desligamento, quando alguém está num lugar, fisicamente, entretanto, pensando em outro, desejando não estar onde se acha. Compelido por uma circunstância qualquer, a pessoa se desloca mentalmente.
O sono pode, ainda, ser provocado por entidades espirituais que nos espreitam e que não tem nenhum interesse em nosso aprendizado para o nosso equilíbrio e crescimento. Muitas vezes, os companheiros questionam: “Mas nós estamos no Centro Espírita, estamos num campo protegido, e como o sono nos perturba?” Temos que entender que tais entidades hipnotizadoras podem não penetrar o circuito de forças vibratórias da Instituição, ficam do lado de fora. Mas, a pessoa que entrou no Centro, na reunião, não sintonizou-se com o ambiente, continua vinculada aos que se conservam fora, e através dessa porta, desse plug aberto, ou dessa tomada, as entidades que ficaram lá de fora lançam seus tentáculos mentais, formando uma ponte. Então, estabelecida a ligação, atuam na intimidade dos centros neuroniais desses incautos, que dormem, que se dizem desdobrar: “Eu não estava dormindo . . . apenas desdobrei, eu ouvi tudo . . .” Eles viram e ouviram tudo o que não fazia parte da reunião. Foram fazer a viagem com as entidades que os narcotizaram.
Deparamos aí com distúrbios graves, porque quando termina a reunião o indivíduo está fagueiro, ótimo e sem sono e vai assistir à televisão até altas horas, depois de se haver submetido aos fluidos enfermiços. Por isso recomendamos àqueles que estão cansados fisicamente, que façam um ligeiro repouso antes da reunião, ainda que seja por poucos minutos, para que o organismo possa beneficiar-se do encontro, para que fiquem mais atentos durante o trabalho doutrinário. Levantar-se, borrifar o rosto com água fria, colocar-se em uma posição discreta, sempre que possível ao fundo do salão, em pé, sem encostar-se, afim de lutar contra o sono.
Apelar para a prece, porque sempre que estamos desejosos de participar do trabalho do bem, contamos com a eficiente colaboração dos Espíritos Bondosos. Faze a tua parte que o céu te ajudará.
Temos, então, o sono como esse terrível adversário de nossa participação, de nosso aprendizado, de nosso crescimento espiritual. Não permitamos que ele se apodere de nós. Lutemos o quanto conseguimos, e deveremos conseguir sempre, para combatê-lo, para termos bons frutos no bom aprendizado.
Do livro: Diretrizes de Segurança
Questão 53
Simão Pedro levou Jesus e dois companheiros Tiago e João, ao seu lar. Lá, encontraram a “sogra” de Pedro febril. Jesus a curou.
Então, Pedro tinha sogra? Ele era casado?
Pedro seria consagrado na Idade Média como o primeiro papa. Um sumo pontífice casado! Por que não? Não há nos ensinamentos de Jesus qualquer referência a suposta incompatibilidade entre a vocação religiosa e o matrimônio. Em nenhum momento Jesus impõe o celibato como algo indispensável para que o indivíduo se integre nas funções de orientador espiritual de uma comunidade, mesmo um papa. Não havia imposição do celibato na primitiva comunidade cristã. Os fiéis, em qualquer posição da hierarquia religiosa, casavam-se, conscientes da perfeita compatibilidade entre seus compromissos espirituais e familiares. Pedro é um exemplo maior.
A partir do século quarto, quando Constantino iniciou o processo que transformaria o Cristianismo em religião oficial do Império Romano, o movimento se institucionalizou e surgiu o profissionalismo religioso. A partir daí houve lamentáveis desvios. Um deles foi a imposição do celibato, consagrado no concílio de Latrão, no ano de 1139. dentre os objetivos, 3 são primordiais:
1º - Preservar os bens da instituição. Sacerdotes casados tenderiam a privilegiar a formação de seus próprios patrimônios;
2º - Preservar a castidade. O sexo, para os teólogos medievais, era algo pecaminoso. Como poderia o ministro de Deus, o orientador religioso, exercita-lo? Seria um sacrilégio;
3º - Preservar a dedicação plena. Compromissos e problemas familiares desviariam o sacerdote de seus deveres com a comunidade dos fiéis.
Em defesa do celibato sacerdotal, muitos lembram-se das palavras de Paulo de Tarso, na 1ª epístola aos Coríntios, cap. 7, vers. 8, diz o apóstolo:
- E aos solteiros e viúvos, digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também vivo.
Se os cristãos levassem sua observação ao pé da letra, estariam contribuindo para a extinção da raça humana. Considera-se, entretanto, que ele se referia aos que se dedicam às atividades religiosas. Melhor que não assumam compromissos conjugais para que tenham maior liberdade nos serviços da fé. Mas Paulo não instituiu um dogma, tanto que acentua em seguida:
- Caso, porém, não se dominem, que se casem, porque é melhor casar do que abrasar.
Se o impulso do acasalamento, instintivo na natureza humana, fala alto, é razoável que o religioso constitua família, sem abdicar de seu ideal.
Muitos Espíritos reencarnam para sagradas tarefas no seio da religião.
Desde cedo sentem a convocação da espiritualidade.
Se católicos, entram para o seminário, preparando-se para o sacerdócio. Podem, entretanto, não ter vocação para o celibato e a castidade. Enfrentam dorida solidão. Experimentam o desejo sexual, ardem-se em fantasias e sonhos eróticos. Atormentam-se. Tem dramas de consciência.
- São os demônios – proclamam seus superiores.
- São os hormônios – esclarecem os médicos.
É a sexualidade a desabrochar, sinalizando o acasalamento. Muitos sucumbem aos apelos da Natureza. Abandonam seus compromissos ou se envolvem em ligações proibidas. Culpados? Não! Culpa de uma disciplina que contraria a lei natural. Há representantes ilustres, vultos da Humanidade, com atuação marcante em favor do progresso humano, que foram casados e tiveram filhos. Ex.: Bezerra de Menezes, Cairbar Schutel, Hermínio Miranda, Hernani Guimarães Andrade, Allan Kardec . . .
Se é erro o homem negligenciar a família humana para cuidar da família universal, não menos equivocado está aquele que se dedica exclusivamente à família humana, esquecendo-se da família universal. Pois, muitos casais prendem-se ao conceito estreito de família como ligação consangüínea, um clube fechado pelas chaves do sangue. Nesses lares são precárias a paz e a harmonia, suas raízes de estabilidade emocional e espiritual são frágeis e curtas. Para pessoas assim, que compõem grande parcela da Humanidade, problemas e limitações, contrariedades e dissabores, normais na Terra, tornam-se dramas terríveis, sempre que atingem o agrupamento familiar. Por isso, o amor que inspira o anseio de uma vida em comum, onde os filhos apresentam-se como frutos abençoados de afetividade, somente se manterá em plenitude, sem enganos, sem temores, sem desequilíbrios, quando suas raízes se estenderem além das paredes estreitas do lar.
O acasalamento nos realiza como filhos do homem.
A solidariedade nos realiza como filhos de Deus.
E se amamos a família consangüínea e muito nos preocupamos com ela, multiplicando rogativas ao céu em seu benefício, recordemos que Jesus foi até a sogra de Pedro porque Pedro estava com Jesus.