O culto cristão no lar é uma reunião singela e fraterna em que os membros da família, juntos em torno de uma mesa, consagra minutos importantes para falar no Cristo, dedicar-se à oração e alimentar a alma, fugindo ao burburinho e correria que diariamente enfrentam pela sobrevivência material, cheios de afazeres e obrigações.
Nele começa a grande obra da família, pois, quando sabemos dedicar energia e tempo para fins superiores, demonstramos boa vontade e fé para recebermos do Mais Alto incumbências preciosas.
Nossa semeadura, mesmo que em momentos breves dedicados aos valores espirituais, reverterá amanhã em fortuna real incorrosível dos sentimentos e virtudes a se aquilatarem em nossos corações.
O culto no lar não é uma reunião eminentemente espírita; os adeptos de qualquer religião podem e devem realizá-lo, pois se fundamenta no Evangelho do Cristo, cuja linguagem de amor e sabedoria é universal.
O que não podemos é deixar a preguiça e as preocupações materiais absorverem-nos, de tal modo, que não sobrem sequer alguns minutos por semana para imergirmos no mar da lição cristã. Temos nossas necessidades espirituais, que somente serão sanadas trabalhando-se a alma, como bem explicou Allan Kardec: "Há um elemento que não se ponderou bastante e sem o que a ciência econômica não passa de teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a moral".
Esta reunião é tão importante, que é utilizada pela Espiritualidade como instante de socorro a espíritos sofredores, como grupo de estudos, de comunhão com as entidades que nos amparam e assistem no dia-a-dia e até mesmo, como posto avançado de trabalho de colônias espirituais, logicamente que tudo isso em lares onde há disciplina evangélica e equilíbrio cristão, o que equivale a dizer onde há sinceridade, esforço e amor ao Cristo.
Para os pais, representa extraordinário recurso educativo, por possibilitar o aconselhamento, a discussão de temas de interesse de toda a família à luz do Espiritismo, a implantação de serenidade no instituto doméstico. E, tendo em vista a responsabilidade dos pais, é excelente, já que se trata de grande dever, conforme inferimos nas palavras de Allan Kardec: "O espírito dos pais tem a missão de desenvolver o dos filhos pela educação; isso é para ele uma tarefa. Se nela falhar, será culpado".
E nos lares baldos (desprovidos) de tranqüilidade e paz, precisando de assistência moral e espiritual, o culto no lar abre as portas da serenidade e espiritualidade, pois lhe franqueia conhecer Jesus, sem o qual não há pouso seguro. Thereza de Brito adverte: "O lar sofre a carência do Cristo, vivo e ativo, em suas engrenagens, em processo de emperramento".
"Institua o Evangelho no Lar. Quando nos reunimos para estudar os ensinamentos de Jesus é como se abríssemos as portas de nossa casa aos benfeitores espirituais, da mesma forma que desentendimentos e brigas, gritos e xingamentos, favorecem o assalto das sombras."
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